Mais de metade (56%) das empresas já alcançaram ou ultrapassaram o nível de atividade pré-pandemia e 54% perspetiva faturar mais este ano do que em 2021, avançou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os resultados do “Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – Edição de maio de 2022” do INE, já no setor do alojamento e restauração a proporção de empresas que já atingiram os níveis de atividade pré-pandémicos é inferior (37%) e a percentagem de empresas que perspetivam um aumento do volume de negócios face ao passado é mais significativa (75%).

A percentagem de empresas que já alcançaram ou ultrapassaram o nível pré-pandemia aumenta com a dimensão47% nas micro empresas e 63% nas grandes empresas, destacando-se o setor da construção e atividades imobiliárias com a maior percentagem de empresas que já restabeleceram as condições normais de atividade (93%) e em que a atividade alcançou ou ultrapassou o nível pré-pandemia (65%).

Quanto às perspetivas para este ano, face a 2021, 54% das empresas antecipam um aumento do volume de negócios em 2022 e apenas 14% preveem uma redução, sendo que 17% das empresas estimam aumentos do volume de negócios entre 5% e 9%, 14% aumentos entre 10% e 19%, e apenas 6% das empresas preveem aumentos iguais ou superiores a 40%.

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O inquérito aponta ainda que, para 83% das empresas, “a atual conjuntura internacional, em particular o conflito na Ucrânia, o aumento dos custos energéticos e a dificuldade no acesso a matérias-primas, tem um impacto ‘negativo’ ou ‘muito negativo’ na evolução do volume de negócios em 2022 (sendo muito negativo para 35% das empresas)”, destacando-se os setores da ‘indústria e energia’ (90%) e dos ‘transportes e armazenagem’ (87%) com as maiores percentagens de empresas com este entendimento.

A flexibilização dos pagamentos fiscais e diferimento das contribuições para a Segurança Social é a medida de apoio público referida por uma maior proporção de empresas como “relevante” ou “muito relevante” (37%), seguida da compensação fiscal das subidas da receita do IVA nos combustíveis e alterações fiscais em sede de ISP e IUC (34% e 33%, respetivamente).

Ainda assim, e de acordo com o INE, “assumindo a ausência de medidas de política adicionais, 82% das empresas afirmam conseguir permanecer em atividade sem restrições em 2022″, enquanto 17% esperam permanecer em funcionamento, mas com paragens ou reduções de produção/atividade e apenas 1% das empresas devem encerrar temporária ou definitivamente em 2022.

O setor da indústria e energia apresenta uma percentagem superior de empresas que reporta conseguir permanecer em funcionamento, mas com paragens ou reduções de produção/atividade (25%).

Do inquérito do INE resulta ainda que as empresas apontam um crescimento anual dos salários médios de 4,2% em 2021 e perspetivam uma subida de 5,2% para 2022, destacando entre os motivos “muito relevantes” para este aumento salarial “o aumento do salário mínimo e a necessidade de reter os trabalhadores (28% e 27%, respetivamente)”.

Do total de empresas inquiridas, 27% (correspondendo a 47% do emprego total) estimam um aumento do número de pessoas ao serviço em 2022 face a 2021, com destaque para o setor do alojamento e restauração.

Quanto ao recurso ao teletrabalho, 24% das empresas, em maio de 2022, uma proporção superior de pessoas ao serviço nesta situação face ao período pré-pandemia.

O ‘Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (IREE)’ foi lançado pela primeira vez pelo INE e pelo Banco de Portugal (BdP) em abril de 2020, “com o objetivo de identificar alguns dos principais efeitos da pandemia covid-19, baseando-se num questionário de resposta rápida”, tendo desde então sido efetuadas várias edições do inquérito.

O período de inquirição da atual edição decorreu entre 9 e 22 de maio de 2022, tendo-se obtido uma taxa de resposta de 73,6% (7.013 respostas válidas).