Os jornais Diário dos Açores, Correio dos Açores e Atlântico Expresso deixam, a partir de quinta-feira, de ser impressos devido à “rotura de vários tipos de papel no mercado nacional e internacional”, foi anunciado esta quarta-feira.

Num comunicado publicado nos jornais, e intitulado “uma notícia que não gostaríamos de dar”, a Gráfica Açoreana informa os assinantes e clientes que, a partir de quinta-feira, aquelas publicações “vão ser distribuídas em formato PDF”.

“Desde fevereiro que as empresas gráficas estão confrontadas com a rotura de vários tipos de papel no mercado nacional e internacional […] conseguimos até ao momento garantir papel com um custo três vezes superior ao papel próprio para impressão de jornais. Apesar do enorme encargo […] foi possível até agora manter a publicação regular […]. Porém, o último lote de papel serviu para imprimir os jornais que hoje publicamos”, indica a Gráfica Açoreana.

A gráfica diz ainda que continua “a desenvolver vários contactos, alguns dos quais com o apoio de empresas congéneres nacionais, para assegurar, num futuro próximo, papel para imprimir os jornais” e “cumprir com os trabalhos gráficos” em carteira, “aguardam a disponibilidade de papel”.

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No caso do outro matutino da ilha de São Miguel, o Açoriano Oriental, o administrador da Açormédia, Pedro Melo, adiantou à agência Lusa que não se prevê “para já” problemas de falta de papel.

“Temos ‘stock’ e encomendas de papel acauteladas até ao fim do ano”, afirmou o administrador da Açormédia, que detém o jornal Açoriano Oriental. Pedro Melo assinalou, no entanto, os aumentos que se têm vindo a verificar em relação ao preço do papel.

A 2 de junho o presidente da Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel (Apigraf), José Manuel Lopes de Castro, afirmou à Lusa que a falta de papel nos Açores “é transversal ao país todo” e que não há solução à vista.

Lopes de Castro explicou à Lusa que os Açores têm algumas unidades gráficas e os fornecedores estão no continente e enfrentam um “duplo problema”.

Ou seja, “têm o problema da falta do papel e o da logística transporte“, explicou, referindo ter conhecimento da situação, uma vez que são associados da Apigraf.

“Infelizmente não estamos a ver solução para a falta de papel nos Açores”, mas “ela é transversal ao país todo, não é em zonas concretas, é no país todo”, sublinhou Lopes de Castro.