“O Wiggins é um atleta elétrico e queremos jogar rápido. Tem a altura e a velocidade para desempenhar o papel de extremo, com muitas coisas que gostamos no jogo dele. Mas há uma diferença: os Minnesota Timberwolves precisavam que ele fosse uma estrela e nós não pedimos isso. Não queremos que ele seja uma estrela, queremos que jogue com a equipa porque aqui já temos alguns jogadores que são estrelas.”

Celtics vencem Warriors no terceiro jogo da final da NBA, colocam-se em vantagem e estão a duas vitórias do título

A troca de Andrew Wiggins para os Golden State Warriors em 2020, no rescaldo da última final perdida da NBA, foi tudo menos uma questão pacífica dentro da organização de Stephen Curry, Klay Thompson, Green e companhia. E envolvia também a saída de Andre Iguodala, visto como parte da “alma” da equipa. Ainda agora Steve Kerr, o treinador, admite que nunca teria feito a troca reconhecendo a importância que teve essa troca (sendo que Iguodala regressou um ano depois à equipa). No entanto, aquilo que o técnico referiu logo após a chegada do jogador continua a ser refletido em campo – e com impacto nos resultados.

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Tudo tem a ver com compromisso e Wiggins, hoje a jogar em posição mais interiores e com um papel bem diferente daquele que tinha em Minnesota, voltou a ter uma demonstração de como não tem um particular interesse em ganhar o óscar para melhor ator desde que a equipa consiga o prémio para melhor equipa. E se no início da temporada essas questões corriam fora de campo, quando pediu à NBA para não se vacinar contra a Covid-19 mas acabou por fazê-lo ao saber que sem isso não poderia jogar, agora refletem-se nos pavilhões. Tanto que, apesar de algumas exibições, acabou por ser a chave para empatar a final. 

Em mais um encontro em que os Boston Celtics saíram na frente ao intervalo e quebraram entre o terceiro e o quarto período, como tinha acontecido no jogo 2, Wiggins fez a melhor exibição nos playoffs acabando com 17 pontos e 16 ressaltos, 13 dos quais defensivos. “O Wiggs foi fantástico e precisamos de tudo aquilo que nos conseguir dar”, destacou no final Steve Kerr. O MVP, esse, teve o nome do costume. O que mudou mesmo foi a estatística final, naquele que foi o encontro com maior influência no resultado final.

Depois de Michael Jordan e LeBron James, Steph Curry tornou-se apenas o terceiro jogador com 34 ou mais anos a fazer mais de 40 pontos num jogo da final da NBA. Desta vez, foram 43, com 14 no terceiro período onde marcou quatro triplos decisivos para manter os Warriors sempre dentro do jogo e 50% de eficácia nos lançamentos de fora (sete em 14). Com isso, a equipa de São Francisco conseguiu igualar a final a dois com um triunfo por 107-97 no TD Garden, que contou com a presença de mais um adepto dos Celtics trajado a rigor, João Félix, que viu a equipa de Boston desperdiçar o fator casa que tinha conseguido logo no jogo 1. Jayson Tatum (23 pontos e 11 ressaltos) e Jaylen Brown (21 pontos) foram os melhores.