Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa não fazem esta noite prolongamento de horário, como aconteceu nas noites de Santo António antes da pandemia de Covid-19, devido à greve ao trabalho suplementar e eventos especiais no mês de junho.

Na quinta-feira, em declarações à Lusa, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), explicou que nos plenários realizados na véspera os trabalhadores do Metropolitano — que já realizaram este ano várias paralisações com suspensão do serviço – decidiram manter o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar e aos eventos especiais durante o mês de junho, o que abrange a noite da festa.

As organizações sindicais continuam disponíveis para encontrar a solução assim haja vontade política por parte da tutela ou indicações ao conselho de administração do metro”, disse então Anabela Carvalheira.

A sindicalista ressalvou que, apesar de naquela altura (quinta-feira) não estar assegurado o “serviço especial” na noite de Santo António e não se encontrar agendada qualquer reunião com a administração da empresa ou com a tutela, isso “não significa que a qualquer hora” não possam existir conversações.

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“Estamos [organizações sindicais] sempre disponíveis para isso”, acrescentou.

Em 27 de maio, a administração do Metro de Lisboa comprometeu-se a reduzir a oferta do serviço para não sobrecarregar mais o horário dos funcionários, adiantaram, na altura, os sindicatos representativos dos trabalhadores, à saída de uma reunião com o Governo.

Nesse dia, em que se cumpriu mais uma greve, quatro sindicatos estiveram reunidos com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e com o presidente do conselho de administração, Vítor Santos.

“Acabou por ser assumido que o conselho de administração vai tentar fazer um esforço, a partir de segunda-feira [30 de maio], para nos apresentar uma proposta de um horário que venha reduzir a oferta e aliviar o peso que está sobre os trabalhadores operacionais, mas é insuficiente. Ficou de se ver também algumas respostas que ficaram pendentes e que seriam dadas durante a próxima semana”, apontou, na ocasião.

Anabela Carvalheira ressalvou, na altura, que a medida de redução da oferta será tomada pela empresa enquanto não existir um aumento do número de operacionais, situação que, para a sindicalista, é a origem dos “principais problemas que existem no Metropolitano de Lisboa”.

Ainda em maio, o ministro do Ambiente, que tutela os transportes urbanos, admitiu que o Metropolitano de Lisboa precisa de mais trabalhadores e disse que até ao final do mês de junho serão iniciados os procedimentos para as contratações.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Normalmente, o metro funciona entre as 06h30 e as 01h00.