A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai avaliar na próxima semana se o surto de Monkeypox representa uma emergência internacional de saúde pública, face ao comportamento incomum do vírus e ao número de países com casos confirmados.

O surto global de Monkeypox é claramente incomum e preocupante. É por esta razão que eu decidi convocar o Comité de Emergência, ao abrigo dos regulamentos internacionais, para a próxima semana para aferir se este surto representa uma emergência internacional de saúde pública”, anunciou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta avaliação do Comité de Emergência da OMS justifica-se pelo facto de o vírus “estar a comportar-se de uma forma incomum”, pelo crescente número de países com casos confirmados de infeção e ainda pela necessidade de uma resposta coordenada, tendo em conta a dispersão geográfica que a doença regista atualmente.

Desde o início do ano, a OMS já registou mais de 1.600 casos confirmados de Monkeypox e outros quase 1.500 suspeitos em 39 países, incluindo 32 países que não tinham registado a doença, entre os quais Portugal.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Portugal é o segundo país europeu com mais casos (191) de infeção pelo vírus Monkeypox

De acordo com a OMS, foram reportadas este ano 72 mortes por Monkeypox em países previamente afetados pela doença, não se registando até agora óbitos em países onde a Monkeypox não é endémica.

O objetivo da OMS é apoiar os países na contenção da transmissão e parar o surto com instrumentos de saúde pública, como a testagem, vigilância de contactos e isolamento de pessoas infetadas”, adiantou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O diretor-geral da organização salientou ainda que a OMS não recomenda a vacinação generalizada contra a Monkeypox e que a decisão do uso da vacina contra a varíola em pessoas de risco deve ser tomada com base na avaliação dos riscos e benefícios e caso a caso.

Segundo disse, a OMS está a trabalhar com os países-membros e com os parceiros no desenvolvimento de um mecanismo de acesso justo a vacinas e tratamentos, assim como para alterar o nome do vírus e da doença, popularmente conhecida como varíola dos macacos.

Comissão Europeia adquire quase 110 mil doses de vacinas de 3.ª geração para varíola dos macacos

Esta doença foi identificada pela primeira vez em colónias de macacos mantidos em cativeiro para pesquisas científicas em 1958 e só mais tarde foi detetada em humanos, em 1970, na República Democrática do Congo, numa criança de nove meses numa região onde a varíola tinha sido eliminada em 1968.

Em Portugal, a autoridade de saúde confirmou mais 22 casos de infeção pelo vírus Monkeypox, totalizando até agora 231 situações de homens infetados que se encontram clinicamente estáveis.

Segundo anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS), todas as infeções confirmadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) são em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos.