A Câmara de Vila do Conde, distrito do Porto, anunciou esta quarta-feira uma redução até 35% no preço dos serviços de água e saneamento para a maioria dos consumidores domésticos do concelho.

Este ajuste no tarifário resultou de uma negociação com a empresa Indaqua, concessionária do serviço, que aceitou baixar parte dos seus lucros, mas implicou que a concessão se prolongue por mais 10 anos, ficando agora em vigor até 2058.

Segundo dados divulgados pela autarquia, a redução na fatura da água será sentida por 33.300 consumidores domésticos, que gastam até 10 metros cúbicos (m3) por mês, e que com este ajuste devem poupar cerca de 12 euros em cada fatura.

90% dos consumidores domésticos em Vila do Conde gastam até 10m3 por mês e vão ser abrangidos por esta medida. Dando um exemplo, uma família que tinha uma tarifa 34,10 euros mês, passa a pagar 22,18 euros. São 12 euros mensais, que dá uma poupança 144 euros anuais de poupança”, disse Vítor Costa, presidente da Câmara vila-condense.

O autarca lembrou que nesta redução ainda não está contemplada a parcela referente ao tratamento de resíduos, num serviço prestado pela empresa intermunicipal Lipor, mas acredita que no futuro esses valores “também serão ajustados”.

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Para os consumidores domésticos que excedem os 10m3 de consumo mensal, a redução não será tão grande, mas segundo Vítor Costa também é “significativa”.

“Num consumo até 12m3 haverá 29% de redução, e 23% para quem gaste até 15m3. Continua em vigor um tarifário social para famílias numerosa e/ou para agregados com carências económicas”, explicou.

Para os pequenos consumidores da indústria e do comércio, que gastem até 10 m3, e que no concelho são cerca de 5.000, não haverá redução nem aumento no preço da fatura, o mesmo se aplicando às IPSS, escolas, estabelecimentos de ensino superior, ordens religiosas, e associações desportiva e culturais.

Já os grandes consumidores da indústria e comércio do concelho sentirão um aumento de 4% na conta mensal.

Para poder aplicar a redução do preço da água e saneamento para maioria dos consumidores, a Câmara de Vila do Conde teve fazer cedências nas negociações com concessionária do serviço, e além do prolongamento do contrato por mais uma década, a autarquia abdica de receber rendas da Indaqua no valor de 20 mil euros por mês, e passa a pagar a água que utiliza na rega dos espaços verdes da cidade, num valor calculado em 10 mil euros mensais, o que totaliza um encargo total de 360 mil anuais para a autarquia.

“Foi uma negociação dura, mas leal de boa-fé. O valor das rendas que abdicamos já era apenas um terço daquele que foi negociado no início de contrato. Quanto ao valor da rega acreditamos que o podemos baixar com implementação imediata de medidas ambientais e de regulação de consumo em todos os serviços municipais”, partilhou Vítor Costa.

O autarca vila-condense considerou “que este foi um acordo histórico” e que vai retirar o município “do topo do ranking dos 30 concelhos com a água mais cara do país”.

“Pela primeira vez, e de forma significava, a tarifa da água baixa para os consumidores domésticos em Vila do Conde. Foi uma das maiores prioridades deste executivo termos água a um preço justo e aceitável”, concluiu o socialista Vítor Costa.

Os tarifários agora negociados, que ainda têm de ser aprovados em reunião de Câmara e Assembleia Municipal, onde o PS tem maioria, só poderão, nos próximos anos, ser atualizados em função da inflação, uma vez que qualquer revisão implica um acordo entre a autarquia e empresa concessionária.