A greve dos trabalhadores dos CTT registou 17,6% de adesão, “sem impacto expressivo na atividade”, segundo dados avançados pela empresa, mas o sindicato diz que esta é uma das maiores paralisações de sempre.

“Os CTT — Correios de Portugal informam que, tendo procedido ao levantamento dos colaboradores aderentes à greve, apuraram uma taxa efetiva de adesão de 17,6%, sem impacto expressivo na atividade da empresa“, indicou, em comunicado, a empresa.

Nos centros de tratamento “todo o trabalho foi assegurado” entre quinta e sexta-feira, “não tendo esta paralisação tido impacto”, para além de uma “perturbação restrita” nos centros de distribuição.

Por sua vez, apenas uma das 570 lojas dos CTT esteve encerrada ao público.

A empresa espera assim que os clientes não venham a sentir qualquer efeito da greve, assegurando que nos locais onde possam surgir perturbações, caso seja necessário, ocorrerá uma distribuição extraordinária durante o fim de semana.

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Os CTT estão a fazer tudo para minimizar eventuais impactos, tendo trabalhado ontem, quinta-feira, feriado, e também, da mesma forma, amanhã, sábado, por forma a manter a sua operação dentro da normalidade”, sublinhou.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), José Arsénio, considerou que “esta é uma das maiores greves de sempre”. Ressalvando que os números ainda não estão fechados, José Arsénio escusou-se a comentar os dados avançados pelos CTT, notando que estes são sempre inferiores aos do sindicato.

Por outro lado, lamentou que os CTT tenham “posto trabalhadores a distribuir” na quinta-feira. “Se a greve não tem impacto porque é que meteram pessoas a distribuir ontem [quinta-feira] e também no sábado, pagando extras?”, questionou.

O sindicalista apontou ainda que “vários postos” estão encerrados, lembrando que estes locais raramente encerram. “Os postos não fecham. Chegam a colocar lá um chefe, o que levanta problemas de segurança, só para ficarem abertos”, referiu.

A estrutura sindical reiterou que a empresa não quer dialogar, tendo imposto “um ato de gestão”, referindo-se ao aumento de 7,50 euros avançado pelos CTT. Para o SINDETELCO, afeto à UGT, esta subida está abaixo das reivindicações dos trabalhadores e da capacidade da empresa.

Questionado sobre a possibilidade de recorrerem a novas formas de luta, José Arsénio, ressalvou que “isso depende da decisão dos trabalhadores”, garantindo que os plenários decorrem quase diariamente.

Na quarta-feira, os CTT detalharam que vão avançar com um aumento mínimo de 7,5 euros para os trabalhadores com os salários mais baixos, no âmbito do Acordo da Empresa. O aumento em causa aplica-se aos trabalhadores com um salário base mensal entre 705,01 euros e 2.853,17 euros a 31 de dezembro de 2021.

Por outro lado, aos trabalhadores abrangidos pela evolução do salário mínimo nacional é garantida uma subida mínima de 7,5 euros face à remuneração base mensal que recebiam a 31 de dezembro do ano passado.