Desde este sábado que a Apple já tem uma loja nos Estados Unidos onde os trabalhadores fazem parte de um sindicato. A loja de Towson, no estado do Maryland, é a primeira onde os empregados votaram para aderir a um sindicato, passando a integrar a International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM), um sindicato que representa mais de 600 mil trabalhadores de mais de 200 indústrias, maioritariamente nos Estados Unidos e no Canadá.

De acordo com o comunicado deste sindicato, a contagem de votos foi feita este sábado, com os trabalhadores a “votarem de forma esmagadora” na adesão ao IAM. De aproximadamente 110 trabalhadores que podiam participar nesta votação, 65 deram luz verde a esta sindicalização, enquanto 33 estiveram contra a proposta, refere a cadeia norte-americana CNBC, especificando os números.

O desfecho da votação representa um golpe para a Apple que, à semelhança de outras grandes tecnológicas, nomeadamente a Amazon, tem demonstrado oposição à vontade de os trabalhadores se sindicalizarem, principalmente nas lojas.

No entanto, ainda é preciso uma aprovação por parte do National Labor Relations Board para certificar estes votos, algo que poderá demorar cerca de uma semana.

De acordo com uma carta dos trabalhadores de Townson que organizaram esta votação dirigida a Tim Cook, o CEO da Apple, os empregados desta loja avançaram para o sindicato para “ter acesso a direitos que atualmente não têm”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Embora a loja de Townson esteja integrada num centro comercial, ao contrário de outras “flagships” da empresa, habitualmente de maiores dimensões e em localizações de relevo, não é caso único neste movimento de sindicalização. Pelo menos os trabalhadores das lojas da Grand Central Terminal e do World Trade Center, em Nova Iorque, já sinalizaram a vontade de organizar uma votação para aderir a um sindicato.

Em Atlanta, haverá também já notícias sobre uma votação para aderir ao sindicato dos trabalhadores das comunicações, marcada para o início do mês, que terá sido adiada por alegadamente a Apple ter intimidado os trabalhadores. A NBC avança também que as lojas de Louisville e de Nashville estarão também em processo de organizar votações do género.

Apple oferece bónus de milhares de euros para reter trabalhadores e fazer frente à concorrência