Uma nova “epidemia”. É assim que a Coreia do Norte está a classificar um surto de uma doença intestinal não identificada, e que já terá afetado pelo menos 800 famílias naquele país, a somar à vaga de infeções por Covid-19.

Como contam a CNN e a BBC, a Coreia do Norte decidiu enviar equipas médicas e epidemiologistas para uma província onde o surto está concentrado, em Hwanghae do Sul. Tudo para investigar o novo surto, a que o regime está a chamar uma “epidemia entérica aguda”, e que foi identificado pela primeira vez na quinta-feira passada, sem que se saiba mais detalhes sobre os sintomas ou efeitos concretos.

Como recorda a CNN, a doença vem aumentar a pressão sobre um país que luta isoladamente contra a escassez de alimentos e uma vaga de infeções de Covid-19, enquanto as autoridades sul-coreanas, analisando o que se conhece deste novo surto, apontam para o que pode tratar-se, na verdade, de cólera ou de febre tifóide, escreve a Reuters.

Este domingo, a agência noticiosa estatal da Coreia do Norte KNCA noticiou que estão a ser impostas medidas como quarentena, “triagem intensiva para todos os residentes” e monitorização de pessoas vulneráveis, assim como a desinfeção dos esgotos e das águas.

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O líder norte-coreano, Kim Jong-un, “frisou a importância de conter a epidemia o mais cedo possível, impondo uma quarentena rigorosa aos casos suspeitos para parar a transmissão e confirmando os casos através de testes” disse a agência.

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Em maio, a Coreia do Norte declarou estado de emergência, dizendo que milhões de pessoas estavam com “febre” — como aponta a CNN, um possível sinal de casos de Covid-19 que não foram testados, uma vez que o país tem falta de testes. O governo registou 73 mortes por esta “febre”, mas a Organização Mundial da Saúde teme que o número seja muito mais alto.

Agora, a situação pode tornar-se particularmente dramática porque a província em causa é a principal região agrícola do país — o que pode prejudicar a distribuição, já escassa, de alimentos.