É o fim de um dos maiores restaurantes flutuantes do mundo. Com cerca de 79.2 metros e três andares, o Jumbo, de fachada inspirada num palácio imperial chinês, atraiu a atenção do mundo durante várias décadas: mais de três milhões de convidados terão passado pela embarcação, em Hong Kong, e experimentado os pratos de cozinha cantonesa, incluindo figuras como a Rainha Elizabeth II e o ator Tom Cruise.

Agora, terminou os seus dias como um “fardo pesado” e repousa agora no fundo do Mar do Sul da China: este sábado, segundo a CNN, o Jumbo afundou-se após ter sido atingido por condições metereológicas adversas, naufragando perto das Ilhas Paracel. Tinha partido dias antes de Hong Kong.

O Jumbo abriu portas em 1976 pelas mãos de Stanley Ho, magnata ligado aos casinos de Macau e presença familiar no porto de Aberdeen. Durante anos, pertenceu ao complexo Jumbo Kingdom, que incluía o Tai Pak, um estabelecimento mais pequeno que data de 1952, uma cozinha flutuante de cerca de 39 metros e oito ferrys mais pequenos que serviam para transportar os clientes até ao restaurante. Aqui, os visitantes eram recebidos por uma fachada luxuosa de estilo imperial, pelas luzes néon brilhantes e por uma explosão de cores vermelhas, verdes e douradas.

Apesar de ser reconhecido como um marco de Hong Kong, a história de 46 anos foi marcada por um começo atribulado. A inauguração foi atrasada por um incêndio em 1971, que provocou a morte a 34 pessoas e deixou dezenas de feridos, explica o South China Morning Post.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Black and white photo. A tragic fire on Jumbo Floating Restaurant in the Aberdeen Typhoon Shelter. 30 October 1971

Na sua época dourada, o Jumbo foi cenário de filmes como “Enter the Dragon”, protagonizado por Bruce Lee, e “James Bond: The Man with the Golden Gun”, quando James Moore ainda interpretava o famoso espião do MI6.

Com o passar dos anos, o complexo de restaurantes tornou-se menos popular e, segundo a CNN, enfrentava problemas desde 2013, acumulando perdas de cerca de 12 milhões de euros. Nos últimos anos, o Jumbo era já a única das embarcações que se mantinha operacional.

Os proprietários revelaram recentemente que os milhões de euros gastos nas reparações e manutenção do restaurante se tornaram um “fardo pesado” para a empresa e os seus acionistas. À semelhança de inúmeros negócios, o restaurante flutuante sofreu com o impacto da pandemia na economia e turismo. Viu-se obrigado a fechar em março de 2020 e acabou por encerrar permanentemente uma vez que os proprietários não conseguiram encontrar um comprador.

Sem um “salvador”, o proprietário decidiu transferir o Jumbo para um estaleiro – cuja localização não se conhece. Foi a viagem final da mítica embarcação.