Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (ML) cumprem no domingo uma greve 24 horas contra a falta de condições de trabalho e reivindicando aumentos salariais, avançou esta terça-feira fonte da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

“A greve vai decorrer no dia 26, domingo, entre as 00h00 e as 24h00, mas as perturbações no serviço devem começar ainda no sábado”, adiantou Sara Gligo, da Fectrans. A empresa ainda não divulgou informações sobre alterações ao serviço.

Sara Gligo referiu que os trabalhadores decidiram manter a paralisação, prevista há algumas semanas, apesar do anúncio pelo Metropolitano de Lisboa de que já iniciou a contratação de maquinistas e o reforço das equipas de manutenção.

As contratações decorrem de uma autorização concedida pelo Governo, no âmbito do Plano de Atividades e Orçamento de 2022, para a contratação de 58 trabalhadores: 34 agentes de tráfego, 13 oficiais de manutenção, dois inspetores de obra e nove técnicos especializados.

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Governo autoriza Metro de Lisboa a contratar 58 trabalhadores

A contratação de trabalhadores por si só não resolve todos os problemas. Paralelamente a este processo negocial decorre o processo de negociação coletiva para este ano, no qual a empresa, para reduzir o conflito, apresentou mais um ano de vigência do Acordo de Empresa”, contou a sindicalista.

Outro dos assuntos que não têm a concordância das organizações sindicais é o aumento salarial de 0,9% proposto pela empresa, que consideram estar “muito abaixo da inflação do país”.

No entanto, Sara Gligo sublinhou que os trabalhadores “continuam, como sempre, disponíveis para dialogar e resolver os problemas”.

Além da paralisação de 24 horas, os trabalhadores cumprem até ao final deste mês uma greve ao trabalho suplementar e eventos especiais.

Na semana passada, o Metropolitano de Lisboa garantiu que está disponível para procurar “soluções conjuntas de melhoria das condições de trabalho e de remuneração” e ainda para o “aumento de efetivos”.

Em comunicado, a administração explicou que tem procurado “ativamente soluções”, apelado “à ponderação das propostas realizadas” e mantido “a disponibilidade para a construção de uma solução que sirva ambas as partes”.

A empresa referiu que de março a maio de 2022 foram efetuadas pelos trabalhadores da área da operação, maquinistas e chefias um total de oito greves parciais, entre as 05h00 e as 09h00.

Além destas greves, nos meses de maio e junho, foram apresentados pré-avisos de greves ao trabalho suplementar e aos eventos especiais, recordou ainda a empresa, lamentando “os incómodos e transtornos que estas greves causam aos cidadãos na cidade de Lisboa e concelhos limítrofes”.

A paralisação do próximo domingo, dia 26, ocorre num fim de semana em que se realiza o festival Rock in Rio, no Parque da Bela Vista.