O Grupo Lusiaves, que em 2017 anunciou investimentos de 64 milhões de euros para os concelhos mais afetados pelos incêndios de Pedrógão Grande, revelou esta quarta-feira que teve de procurar localizações alternativas devido a constrangimentos no ordenamento do território.

“Na sequência da celebração do Memorando de Entendimento em que o Grupo Lusiaves demonstrou disponibilidade para construir unidades de produção nas zonas afetadas pelos incêndios durante o verão de 2017, nomeadamente em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos [distrito de Leiria], foram identificados, em cada um daqueles concelhos, vários terrenos que o Grupo Lusiaves considerou terem as características adequadas à instalação daquelas unidades”, referiu à agência Lusa fonte da empresa.

A mesma fonte adiantou que, “devido a não terem sido afastados os constrangimentos em matéria de ordenamento do território que existiam para aqueles terrenos, nomeadamente no que respeita aos PDM [planos diretores municipais] e aos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, o Grupo teve de procurar localizações alternativas onde pudesse realizar aqueles investimentos“.

“Assim, foram identificados terrenos com potencial para tal em Oleiros, Proença-a-Nova [ambos distrito de Castelo Branco] e Góis [Coimbra]. De salientar que já se iniciaram as obras no concelho de Oleiros para a instalação de uma nova unidade do Grupo, estando ainda em curso diligências nos outros dois concelhos que permitam idêntico resultado”, explicou.

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De acordo com a fonte da empresa sediada em Leiria, “não obstante a enorme burocracia e morosidade destes processos, o Grupo esclarece que mantém o interesse em todos os projetos [Oleiros, Proença-a-Nova e Góis] e está ativamente a desenvolver as ações necessárias que dependem de si para a implementação dos mesmos com a maior brevidade”.

Os incêndios que deflagraram em junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos, sobretudo Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

Dois meses depois dos incêndios, a Lusiaves, anunciou que iria investir 64 milhões de euros (ME) naqueles três concelhos, criando ao todo 300 postos de trabalho, na produção de ovos para incubação e aves.

No mesmo ano, em dezembro, a empresa informou que iria investir nos concelhos de Góis, Oleiros e Proença-a-Nova, que também foram afetados pelos incêndios de Pedrógão Grande.