O paleontólogo francês Yves Coppens, um dos responsáveis pela descoberta da famosa australopiteca “Lucy”, morreu esta quarta-feira, aos 87 anos.

A informação foi avançada através do Twitter pela sua editora, Odile Jacob: “Perco o amigo que me confiou todo o seu trabalho. A França perde um dos seus grandes homens”.

O paleontólogo é conhecido por integrar a equipa que encontrou os vestígios mais completos de um Australopithecus afarensis, neste caso, uma australopiteca com 3,2 milhões de anos.

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A descoberta (1974) ocorreu em Hadar, na Etiópia, ao lado de Maurice Taieb e Donald Johanson. A música “Lucy in the Sky with Diamonds”, dos Beatles, ouvida enquanto a equipa rotulava os fósseis, acabou por servir de inspiração para o nome da hominídea.

Os cientistas conseguiram encontrar 40% do esqueleto da “Lucy” e determinar a sua altura – cerca de um metro – e perceber que esta era capaz de escalar árvores e andar direita. A descoberta fez com que Coppens se referisse como um dos “papas” de Lucy.

Segundo a France 24, Coppens foi co-autor da descoberta de seis hominídeos ao longo da sua carreira. O paleontólogo começou as suas viagens por África nos anos 60, na Argélia e no Chade, e a sua primeira grande descoberta surgiu em 1967 ao encontrar um fóssil de 2,6 milhões de anos no vale de Omo, também na Etiópia.

Coppens teve uma carreira de sucesso na área que ansiava seguir desde os seis anos. “Todo o meu tempo de férias era passado em escavações”, afirmou em entrevista à AFP, em 2016. O cientista foi ainda professor emérito no histórico Collège de France e publicou mais de mil artigos e vários livros.