O Presidente da República saudou esta quinta-feira a aprovação do prolongamento do apoio de 60 euros às famílias mais vulneráveis, dizendo que “outras respostas serão dadas” em função da duração da guerra da Ucrânia e dos seus efeitos.

À margem de uma visita ao projeto “Primeira Pedra”, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a aprovação em Conselho de Ministros do prolongamento do apoio de 60 euros às famílias mais vulneráveis, criado para atenuar o impacto do aumento dos preços dos bens alimentares.

Nunca tive dúvidas de que o Governo ia continuar com esse apoio, pois se a guerra continua, pois se a situação de carência alimentar continua… Era evidente que o Governo ia aprovar, e ainda bem que o fez, porque são muitas e muitas famílias que precisam desse apoio”, salientou.

Questionado se essa resposta será suficiente, o chefe de Estado referiu que esta medida tem “um fim muito preciso” e se dirige aos que estão “nas situações mais difíceis das difíceis, aos mais carenciados dos carenciados”.

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“Há outras respostas que ao longo dos tempos serão dadas em função da duração da guerra e dos efeitos para os que não estão nessa situação extrema, mas também apanham com a subida do custo de vida”, anteviu.

O prolongamento do apoio de 60 euros para famílias vulneráveis será pago em julho aos beneficiários da tarifa social e da eletricidade e, em agosto, a quem recebe prestações sociais mínimas, disse esta quinta-feira a ministra do Trabalho.

Prolongamento do apoio ao cabaz alimentar vai ser pago em julho e agosto

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, explicou que o apoio extraordinário para mitigar o aumento do preço nos bens alimentares já tinha sido pago em abril e maio.

O apoio irá abranger “o mesmo universo de agregados em abril e maio”, o que significa um milhão e 70 mil agregados em julho e agosto, acrescentou a ministra.

De acordo com a governante, o impacto orçamental previsto “para os meses de julho e agosto” é de 64 milhões de euros.

O apoio extraordinário foi anunciado em março e pago pela primeira vez em abril a mais de 762 mil famílias e, em maio, a medida foi alargada, abrangendo mais 280 mil agregados familiares, totalizando assim mais de um milhão de beneficiários.

No primeiro mês da sua aplicação, em abril, o apoio abrangeu apenas as famílias beneficiárias da tarifa social de eletricidade e em maio foi alargada aos beneficiários de prestações sociais mínimas não abrangidos pela tarifa social.

O valor do apoio extraordinário é de 60 euros por agregado familiar e é pago de uma só vez, sendo a sua atribuição pela Segurança Social automática.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), a medida teria um custo associado de 55 milhões de euros.

O apoio extraordinário para as famílias mais vulneráveis foi anunciado em março pelo Governo e tem com o objetivo de compensar o aumento nos preços dos bens alimentares de primeira necessidade, devido ao conflito na Ucrânia.