A falta de enfermeiros no Instituto Português de Oncologia (IPO) Lisboa esteve à beira de ditar o encerramento durante o verão, no período noturno (entre as 23h e as 8h), do atendimento não programado — um serviço de atendimento de urgência para doentes oncológicos. A informação chegou mesmo a circular internamente entre as chefias das equipas de enfermagem, apurou o Observador, mas foi um falso alarme. Fonte oficial do instituto confirmou que as escalas para o fim de semana estão preenchidas e o serviço manter-se-á em funcionamento com normalidade.

O atendimento não programado destina-se aos doentes do IPO que estão em tratamento ativo para uma doença oncológica. Em condições normais, o serviço funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e recebe utentes que desenvolvem quadros clínicos agudos por causa da própria doença ou dos tratamentos que lhes são aplicados para a tratar. Essa normalidade esteve em risco por falta de profissionais de saúde.

Segundo apurou o Observador, as chefias dos serviços do IPO Lisboa receberam esta sexta-feira um email da enfermeira-chefe do Atendimento Não Programado dando conta de que, por falta de enfermeiros para preencher as escalas do serviço, ele permaneceria encerrado durante a noite. É que os únicos profissionais de saúde neste serviço são precisamente os enfermeiros; e só em caso de necessidade os médicos são chamados.

Segundo as declarações que circularam entre os enfermeiros, os doentes que acorressem ao serviço de atendimento não programado seriam diretamente encaminhados para o serviço da especialidade em que são acompanhados ou, em casos mais agudos, acudidos pelos médicos escalados para essa noite noutros serviços do instituto. Seria assim até às primeiras horas de manhã.

Só que, segundo referiram ao Observador fontes daquela unidade, o email terá sido enviado ainda antes de a presidência do IPO Lisboa se pronunciar sobre a matéria. No fim de contas, a suspensão durante a noite do serviço de atendimento não programado não chegou a ser necessária. As chefias conseguiram mesmo preencher as escalas e, como depois confirmou fonte oficial do instituto, o funcionamento do serviço ficou assegurado.

Os casos acompanhados naquele serviço tendem a ser poucos: costumam ser cerca de 30 por dia e raramente ultrapassam os dois durante a noite. Ao longo dos últimos anos, chegou a pensar-se na possibilidade de encerrar o atendimento não programado à conta do baixo número de doentes que entra naquele serviço, mas a presidência do IPO Lisboa insiste que ele deve continuar de portas abertas para receber casos mais urgentes de doentes oncológicos acompanhados naquela instituição.

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