Os representantes da hotelaria e do alojamento local nos Açores perspetivam “boas” taxas de ocupação no verão, na ordem dos 80%, com “a recuperação” de vários mercados internacionais emissores de turistas.

“A expectativa para o verão é que as taxas de ocupação rondem os 80%, com a recuperação do mercado alemão e dos Estados Unidos da América”, adiantou a delegada nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Andreia Pavão, em declarações à agência Lusa, citando um inquérito recentemente realizado aos associados a nível nacional e regional.

Segundo a responsável, o arquipélago regista “muita procura”, sobretudo com “a recuperação de mercados internacionais”, incluindo “o regresso dos alemães e dos americanos”.

Há também um crescimento do mercado inglês, por via de novas operações de transportadoras aéreas, que iniciaram voos recentemente”, assinalou ainda.

Os hoteleiros nos Açores esperam atingir este ano “valores de faturação de 2019”, mas alertam para os impactos da subida da inflação no setor.

“Três anos depois, temos uma estrutura de custos muito superior, ao nível da aquisição de matérias-primas e com o funcionamento e serviços externos que estão a ser prestados”, referiu Andreia Pavão.

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Segundo a delegada nos Açores da AHP, há “um aumento geral de custos, incluindo o valor da mão-de-obra e os preços da energia”.

Além disso, os empresários que recorreram “a apoios de tesouraria devido à Covid-19 vão ter de os pagar”, acrescentou.

“É o atingir dos proveitos, mas não necessariamente dos resultados”, sustentou Andreia Pavão.

A hotelaria debate-se ainda com dificuldade em reter mão-de-obra, já que “muitos trabalhadores acabam por ficar poucos meses” nos hotéis.

“Não há horários nos transportes públicos para quem trabalha por turnos e aos feridos, sábados e domingos. As pessoas têm de viver perto do seu local de trabalho ou não conseguem ter horários para trabalhar”, disse.

O presidente da Associação de Alojamento Local dos Açores (ALA) disse também à Lusa esperar “uma época alta boa”, admitindo que se possa “ultrapassar os 80% de taxa de ocupação”.

“Temos a confirmação de que vamos ter uma época alta boa e eventualmente até muito boa“, afirmou Rui Correia à Lusa.

Ainda assim, “será necessário aguardar pelos dados finais”, notou o presidente da ALA.

Rui Correia referiu que um turista que pretenda visitar os Açores durante a época alta, essencialmente nos meses de julho e agosto, “já vai ter alguma dificuldade” para conseguir “alguma unidade de alojamento local nas diversas ilhas”.

“E alguns profissionais que se deslocam à região em trabalho, durante a época alta, já estão a ter uma dificuldade enorme em conseguir um alojamento de média duração”, adiantou.

Em termos de nacionalidades, os portugueses continuam a ter um papel de peso, “tal como em 2021”, mas há este ano “uma subida do turista estrangeiro”, disse o responsável.

“E mesmo verificando-se algum cancelamento de última hora, não demora muito até que se volte a ocupar a data nos nossos calendários”, assinalou.

Segundo Rui Correia, o alojamento local “tem vindo a sentir que os cancelamentos de última da hora se ficam a dever a dificuldades dos turistas no aluguer de viaturas”.