O ministro dos Negócios Estrangeiros russo acusou nesta sexta-feira a União Europeia e a NATO de criarem uma coligação para uma guerra com a Rússia, à semelhança do que fez Hitler com a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial.

“Agora, também a UE e a NATO estão a criar uma nova coligação para esta luta, que dizer, para a guerra com a Rússia. Seguiremos isso muito atentamente”, disse Serguei Lavrov em conferência de imprensa na capital do Azerbaijão.

Lavrov referiu que a situação lhe faz lembrar “quando começou a Segunda Guerra Mundial e Hitler reuniu sob o seu estandarte uma parte significativa dos países europeus para lutarem contra a URSS”.

“Mas este é o caminho escolhido pelos europeus”, afirmou.

O chefe da diplomacia do Kremlin reconheceu que Moscovo não possui ilusões de que “a atual infeção de russofobia da UE” vá desaparecer ou seja alterada “quer a curto como, sinceramente, a longo prazo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De “Mr. Nyet” a “saco de pancada” do mundo. A vida e as polémicas de Sergey Lavrov

Lavrov frisou ainda que, ao contrário da NATO, a UE não é “um bloco político-militar”, pelo que a sua decisão de estabelecer relações com outros países não constitui “nenhum risco ou ameaça” para a Rússia.

Na quinta-feira, a UE concedeu à Ucrânia, onde a Rússia efetua uma campanha militar, e à Moldávia, com quem o Kremlin mantém tensas relações após a subida ao poder dos “europeístas”, o estatuto de candidatos à adesão.

Líderes europeus aprovam estatuto de candidato à UE para Ucrânia

Lavrov sublinhou que Moscovo está consciente da profunda evolução na EU, criticando as tentativas de Bruxelas em obrigar os países que recebem o estatuto de candidato a apoiarem “sem exceções” a política externa comunitária.

“Incluindo as medidas que a UE aprova em relação à Rússia”, assinalou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.