O presidente do porto de Leixões, Nuno Araújo, disse no sábado em Matosinhos que todos os investimentos em infraestruturas contam com uma mensuração do contributo para a diminuição da sua pegada ambiental.

“Em cada investimento que vamos fazendo, todos eles têm de ser mensurados de que forma contribuem para diminuir a nossa pegada ambiental”, disse o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Nuno Araújo falou no evento especial “Localizar a ação pelo Oceano: Governos locais e regionais”, que decorre no terminal de cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos, e é preparatório da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorrerá em Lisboa entre segunda e sexta-feira.

Relembrando que a infraestrutura a que preside tem o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2035, bem como atingir a autossuficiência energética, Nuno Araújo dividiu o caminho para esses objetivos duas dimensões: o “principal negócio” e como “diversificar” o mesmo.

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Quanto ao “principal negócio”, o administrador portuário mencionou investimentos habituais como “dragagens, o aumento do quebra-mar que está a acontecer neste preciso momento, e mesmo a construção de novos terminais”.

“O quebra-mar, por exemplo, irá permitir trazer navios maiores ao porto de Leixões, mas também mais eficientes, menos poluentes“, e os novos terminais “permitem equipamentos elétricos mais modernos”, que permitem visar o objetivo de movimentar um contentor em 30 minutos, em vez dos atuais 40, diminuindo a “pegada ambiental”.

Na segunda dimensão, a da diversificação do negócio, entram a transição energética, a ferrovia e as novas tecnologias.

Na transição energética, Nuno Araújo mencionou a produção de energia através das ondas e ainda o objetivo de tornar Leixões um porto “que possa abastecer não só os seus aplicativos internos”, como lanchas e outros veículos, mas também “servir o setor marítimo”.

A APDL pretende que os navios que atraquem em Leixões possam “ter uma fonte de abastecimento de combustível verde, destes combustíveis alternativos, que começam a ser cada vez mais uma realidade”.

Na ferrovia, o objetivo é aumentar a carga contentorizada “em detrimento do camião”, e nas novas tecnologias “a construção de um ‘datacenter’ [centro de dados]”, uma vez que o porto “tem pouco espaço” e a tecnologia potencia a velocidade de operações.

A Conferência dos Oceanos de 2022 é coorganizada por Portugal e pelo Quénia.

A ONU descreve o evento como um apelo à ação, exortando “os líderes mundiais e todos os decisores a aumentarem a ambição, a mobilizarem parcerias e aumentarem o investimento em abordagens científicas e inovadoras, bem como a empregar soluções baseadas na natureza para reverter o declínio na saúde dos oceanos”.