O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal disse no sábado que lamenta a saída da embaixadora do seu país em Lisboa, num momento de deslocação de refugiados, considerando que a diplomata fazia um trabalho “muito certo e eficaz”.

Em declarações à Lusa por telefone, Pavlo Sadokha adiantou que não sabe os motivos pelos quais o Presidente Zelensky tomou tal decisão.

Porém, acredita que se trata de “uma rotina normal, porque ela estava aqui desde 2015 e já ultrapassou o período de quatro anos [em 2019]”.

Zelensky demite embaixadora ucraniana em Lisboa: trata-se de uma “rotação agendada”, diz Inna Ohnivets

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“E não tenho a certeza, mas também porque ela é um dos últimos embaixadores que ainda foram nomeados pelo Presidente Poroshenko [Petro, antecessor de Zelensky no cargo de Presidente da Ucrânia]”, referiu

“Vi hoje notícias, falsas, de que ela foi demitida por algum trabalho mau, que não satisfez a política do Zelensky. Mas isso não é verdade, porque a notícia oficial na página do Presidente diz que ela, entre quatro embaixadores, está demitida”, afirmou o responsável da associação.

Além disso, sabe, pelo trabalho que associação fez com a diplomata do seu país, desde 2015 que ” sempre teve nota muito positiva e valores muito positivos do MNE, dos políticos na Ucrânia, mesmo dos presidentes, tanto do Poroshenko como do Zelensky“.

Nós, como comunidade gostamos muito do trabalho dela. Achamos que era extremamente profissional e, para dizer a verdade, temos muita pena que ela vá embora, mas o procedimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros é assim, e não podemos fazer nada”, reforçou.

Para o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal Inna Ohnivets “fazia um trabalho muito certo e eficaz”

E mesmo quando foi da chegada dos refugiados, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, Pavlo Sadokha refere que a diplomata ucraniana, “desde o dia 24 e fevereiro, nem dormia, e sempre estava com todos”.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destituiu Inna Ohnivets das funções de embaixadora da Ucrânia em Portugal, comunicou o chefe de Estado no seu “site” oficial.

Numa nota no site, assinada na sexta-feira, o Presidente ucraniano dá conta da “destituição” de Inna Ohnivets do cargo de embaixadora extraordinária e plenipotenciária da Ucrânia junto da República Portuguesa.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal disse que a sua destituição do cargo estava agendada e foi informada sobre ela dois dias antes do anúncio da decisão pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país.

“Posso dizer que isso é uma rotação agendada”, afirmou em declarações à SIC, Inna Ohnivets.

“Na decisão do Presidente ucraniano há a informação de que três embaixadores terminam as suas funções, segundo o plano da rotação”, acrescentou.

Quando questionada se já sabia que não iria ser reconduzida no cargo, a diplomata ucraniana apenas mencionou que dois dias antes teve uma conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país em que foi informada que a decisão se contextualizava no plano de rotação.

“Eu tive uma conversa telefónica dois dias antes, com o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, e ele informou-me que, segundo o plano de rotação, será esta decisão”, disse a embaixadora.