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"Chloe". Como um bom ponto de partida e um final eficaz podem salvar uma série

Este artigo tem mais de 1 ano

Becky descobre que uma antiga colega que segue na internet morreu de forma misteriosa. O resto é thriller em 6 episódios, criado pela BBC e agora disponível entre nós na Prime Video da Amazon.

Tendo a série méritos e defeitos, é levada em muito às cavalitas por uma boa realização, mas, sobretudo, pela enorme atriz principal. Erin Doherty é, definitivamente, um nome a seguir
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Tendo a série méritos e defeitos, é levada em muito às cavalitas por uma boa realização, mas, sobretudo, pela enorme atriz principal. Erin Doherty é, definitivamente, um nome a seguir

Luke Varley/Banijay Rights Limited

Tendo a série méritos e defeitos, é levada em muito às cavalitas por uma boa realização, mas, sobretudo, pela enorme atriz principal. Erin Doherty é, definitivamente, um nome a seguir

Luke Varley/Banijay Rights Limited

Tenho de começar por admitir um preconceito quando vejo séries. É um preconceito pela positiva, o oposto de uma desconfiança. É que eu acho sempre que uma série britânica é melhor que uma série vinda dos Estados Unidos. Uma lógica moldada por quem cresceu a ver aquele logotipo da Thames acompanhado por instrumentos de sopro que indicava uma grande série, mais o chavão sempre repetido de “uma série com a chancela de qualidade da BBC”. Já ninguém usa a palavra chancela, a menos que também use cola para a placa, mas a ideia de que ingleses e companhia são mais criteriosos nos seus conteúdos do que os histriónicos do outro lado do Atlântico ficou.

E porque é que isto é relevante para aqui? Porque “Chloe”, uma das tais séries da BBC que agora se estreia na Amazon, é melhor por se passar em Bristol em detrimento de, sei lá, Filadélfia. A postura e a classe british salvam amiúde um drama de suspense que tem alguns buracos narrativos que não sei se perdoaríamos a outros sotaques. God Save The Earl Grey.

[o trailer de “Chloe”:]

A mini-série de seis episódios segue os passos de Becky, uma mulher com uma vida estagnada e marcada pela doença degenerativa da mãe, com quem ainda vive. Becky passa horas no Instagram a ver vidas aparentemente tão melhores que a sua, com especial enfoque em Chloe, uma ex-colega de secundário com a qual perdeu contacto. Quando Chloe morre em circunstâncias misteriosas – morte tornada pública num post com um excerto de um clássico dos The Smiths – , Becky fica obcecada em saber o que se passou, assumindo uma nova identidade e entrando num jogo de enganos junto dos amigos e familiares da hipotética vítima.

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O pano de fundo das redes sociais e a protagonista com uma identidade falsa remetem imediatamente para fenómenos recentes como “Tinder Swindler” e “Inventing Anna” (sobre Anna Delvey), mas “Chloe” é bastante diferente, mais adulto e torturado. Criação de Alice Seabright, também guionista e realizadora de episódios de “Sex Education” (o fenómeno juvenil da Netflix), “Chloe” apresenta-se mais assumidamente como um thriller e menos como um caso de polícia. Tendo a série méritos e defeitos, é levada em muito às cavalitas por uma boa realização, mas, sobretudo, pela enorme atriz principal. Erin Doherty é a atriz que fez de Princess Anne (a irmã do Principe Carlos) nas últimas temporadas de “The Crown” e é, definitivamente, um nome a seguir. Consegue dar peso e convicção a todas as cenas, sem as esmagar, e salvando muitas vezes buracos de argumento que parecem tapados pela sua credibilidade.

O derradeiro capítulo não fecha totalmente todas as pontas que foi soltando, mas encerra que chegue a narrativa

York Tillyer/Banijay Rights Limited

Que buracos são esses? De tudo um pouco, desde portas convenientemente abertas a pessoas que fazem o favor de não acordar na hora H, passando por ser possível ser sócia numa empresa sem em momento nenhum mostrar identificação. Também sabemos pouco sobre como Becky se tornou tão hábil a criar personalidades alternativas. Curiosamente, onde a série melhor convive com o que fica por dizer é mesmo no desenlace do último episódio. O derradeiro capítulo não fecha totalmente todas as pontas que foi soltando, mas encerra que chegue a narrativa, permanecendo misterioso qb. E é um bom compromisso entre um fecho de história (não está prevista segunda temporada por parte da criadora Alice Seabright) e a inevitabilidade de que, quando alguém morre, parte de uma versão fidedigna dos acontecimentos morre também com essa pessoa. Um bom ponto de partida e um final eficaz ajudam a perdoar que, entre eles, existam tantas portas por trancar.

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