O Presidente da Guiné-Bissau mostrou-se confiante de que a Conferência dos Oceanos, que começou em Lisboa, estabelecerá “um novo paradigma” na proteção dos oceanos e lembrou que o seu país já enfrenta os desafios das alterações climáticas.

O meu país, Guiné-Bissau, em parte continental e em parte insular, com um arquipélago de mais de 80 ilhas (…) tem as melhores potencialidades no domínio das pescas, do turismo, de uma multifacetada economia azul. (…) Mas o meu país não é propriamente um oásis ecológico”, disse Umaro Sissoco Embaló, na sua intervenção no plenário da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas.

O chefe de Estado guineense afirmou que a Guiné-Bissau tem “os mesmos problemas, os mesmos desafios que, com maior ou menor gravidade, enfrentam os outros países” com características idênticas, nomeadamente a erosão das áreas costeiras.

“É por isso que a viabilização do Acordo de Paris é para nós muito importante. Estamos a fazer tudo para construirmos uma economia que seja amiga de saúde dos nossos rios, amiga do Atlântico, que é o oceano que banha o meu país”, disse.

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O Presidente sublinhou ainda que a maior esperança da Guiné-Bissau reside na sua juventude, que tem “cada vez mais consciência ambiental”, “porque efetivamente o futuro pertence à juventude”.

Saudando os Governos de Portugal e do Quénia, coorganizadores da Conferência dos Oceanos, Sissoco Embaló disse estar “certo de que, pela qualidade da sua organização e mais ainda pela sua ambiciosa agenda científica e tecnológica, (…) a Conferência dos Oceanos vai estabelecer o novo paradigma”.

“E esse paradigma novo vai de certeza impulsionar soluções inovadoras para um dos maiores desafios da humanidade: conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares, os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”.

Sublinhando que os oceanos “constituem o maior ecossistema do planeta”, o líder guineense alertou que “nenhum desenvolvimento sustentável será concebível se não fizer parte do seu conceito o papel crucial dos oceanos”.

“É por isso mesmo que o lema ‘Salvar os Oceanos, Proteger o Futuro’ é inteiramente adequado, pertinente. Diria mesmo que se trata de um imperativo realmente inadiável”, afirmou Sissoco Embaló, numa referência ao lema da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas.

Mais de 7.000 pessoas, entre elas representantes de 140 países, alguns ao mais alto nível, participam em Lisboa na segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, o maior evento de sempre dedicado ao tema.

Depois de há cinco anos ter decorrido em Nova Iorque a primeira conferência, Portugal, em conjunto com o Quénia, organiza o segundo encontro, sob o lema “Salvar os Oceanos, Proteger o Futuro”.