O preço médio da gasolina simples anunciado pelas petrolíferas esteve na semana passada 4 cêntimos por litro acima do valor de referência identificado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e que corresponde ao preço eficiente. Este desvio “corresponde ao valor mais elevado desde a publicação deste relatório” (que se iniciou no final de maio) e que vai suscitar uma atenção especial por parte do regulador a quem compete por lei identificar eventuais margens excessivas no negócio dos combustíveis.
Segundo a ERSE, “tendo em conta os preços reportados desde 1 de janeiro de 2019, este valor encontra-se no percentil 96,5, sendo necessário avaliar a sua evolução nas próximas semanas”. Este é o primeiro sinal de alerta de que alguma coisa poderá não estar a funcionar corretamente no mercado dos combustíveis rodoviários no que diz respeito à evolução dos preços e à forma como as cotações internacionais são refletidas pelas empresas.
Até agora, o regulador tinha indicado que não existiam sinais de abuso nas margens por parte dos operadores. A ERSE tem a competência legal de monitorizar o comportamento do mercado dos combustíveis e propor ao Governo a fixação de limites para as margens de cada negócio da cadeia de combustíveis, caso identifique situações de prática excessiva dessas mesmas margens.
Apesar deste desvio de 1,9% face ao preço eficiente da gasolina nos valor anunciados pelas empresas, os valores pagos pelos consumidores considerando todos os descontos estiveram abaixo do preço eficiente, mas apenas 0,1%.
No gasóleo, também se verifica um desvio de 1,5 cêntimos para cima do preço anunciado pelas empresas face ao preço eficiente calculado pelo regulador. Na comparação com os preços pagos após descontos, o valor é inferior a 3,6 cêntimos ao preço eficiente.
De acordo com a ERSE, o preço eficiente para a semana que agora arranca é de 2,132 na gasolina e de 2,123 no gasóleo simples.