O SINTAP/Açores anunciou esta segunda-feira que vai alargar ao arquipélago a greve nacional marcada para sexta-feira na área da Saúde, por entender que as reivindicações dos profissionais do setor são também extensivas às regiões autónomas.

“Em virtude da total ausência de respostas do Governo da República no que toca à valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores da Saúde e à valorização da carreira técnica própria dos assistentes técnicos e operacionais, o SINTAP avança com pré-aviso de greve para 1 de julho“, destacou Francisco Pimentel, dirigente sindical, em conferência de imprensa realizada na Horta, ilha do Faial.

O coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades Com Fins Públicos (SINTAP), exige também o cumprimento e revisão integral dos acordos coletivos de trabalho dos hospitais e o pagamento atempado e integral do trabalho extraordinário ou suplementar, para além da contagem do tempo de serviço efetivo.

“Na Região, ainda falta fazer a contagem do tempo de serviço que está despachado pela anterior secretária regional”, recordou Francisco Pimentel, adiantando que “o problema está agora nas administrações hospitalares”, que alegadamente estão a atrasar a conclusão do processo.

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A UGT (União Geral dos Trabalhadores) tem agendada para 1 de julho uma paralisação nacional, na área da Saúde, pela valorização salarial, pela revisão de carreiras, vela criação de carreiras específicas, pelo cumprimento dos acordos coletivos de trabalho e pelo pagamento do trabalho extraordinário, greve que vai também decorrer nos Açores, na mesma data, e que na Madeira terá lugar mais cedo, na quarta-feira.

“Chegou a altura de dizer basta à falta de respostas do Governo da República na área da Saúde”, justificou, na mesma conferência de imprensa, José Abraão, dirigente nacional do SINTAP, que se deslocou aos Açores, para se inteirar da situação no arquipélago.

Segundo explicou, o problema da falta de pessoal que se verifica no Serviço Nacional de Saúde (SNS) resulta, em parte, das “injustiças” criada pelo Governo da República, que decidiu avançar com contratos individuais de trabalho com vencimentos e horários de diferenciados.

“Por via disso, há hoje trabalhadores com mais de 20 anos de serviço que ganham apenas o salário mínimo nacional”, denunciou José Abraão, adiantando que estas situações geraram um clima de “indignação” e de “exaustão” no SNS.

O SINTAP regista, por outro lado, a sua “satisfação”, pelo cumprimento, entretanto registado, de “importantes reivindicações” de âmbito regional, algumas das quais “já se arrastam há alguns anos”, nomeadamente em matéria de desagravamento fiscal, regularização de vínculos precários na Administração Pública e aumentos salariais, entre outras.

“Estes resultados, altamente positivos, resultam do trabalho e empenhamento efetivos do SINTAP, dos seus dirigentes e delegados sindicais e da confiança e apoio que na nossa atuação em sede de negociação coletiva mereceu, da parte dos trabalhadores nossos associados”, afirmou Francisco Pimentel.