Depois do melhor momento da temporada no final de maio, quando chegou à final do Open de Genebra e esteve muito perto de bater o número oito mundial Casper Ruud (que chegaria depois à decisão do seu primeiro Grand Slam da carreira) antes de vencer Chun-hsin Tseng na primeira ronda de Roland Garros, a transição da terra batida para a relva não correu da melhor forma para João Sousa: derrota com o moldavo Radu Albot na primeira ronda de Estugarda, novo desaire com o mesmo adversário na qualificação para o quadro principal de Halle, outra derrota no jogo inicial do Open de Maiorca com o americano MacKenzie McDonald (curiosamente o adversário de Nuno Borges agora). Seguia-se a estreia em Wimbledon.

Uma maratona que valeu a pena: João Sousa consegue voltar a vencer em Roland Garros após quatro horas e meia e está na segunda ronda

“É um torneio muito especial, com muita história, e poder jogar mais um ano é sempre muito especial para mim. Os campos são ótimos [em All England Club] e a verdade é que as sensações têm sido boas nos treinos. Infelizmente, nas últimas semanas, não houve muitas vitórias, no entanto tenho treinado bem e espero inverter essa série menos boa. O Richard Gasquet é um adversário que conheço bem, gosta de jogar nesta superfície, já fez bons resultados aqui e, portanto, vai ser naturalmente um encontro difícil. Mas vou preparar-me da melhor maneira para fazer um grande encontro e tentar vencer”, comentou à agência Lusa o vimaranense de 33 anos, que reencontrava o jogador francês que defrontara pela primeira vez este ano e no Open de Genebra, com o triunfo a sorrir ao português por um claro duplo 6-2 nas meias-finais.

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Sousa tinha como que uma história para recuperar no Major inglês, onde conseguiu a melhor prestação no período que coincidiu com um acumular de problemas físicos entre uma fratura de esforço num pé e uma tendinite no antebraço direito que o afastaram dos holofotes principais durante um longo período até voltar aos triunfos no Open de Pune, em fevereiro, e chegar à final do Open de Genebra, em maio. Nesse ano de 2019, o português afastou Paul Jubb, derrotou depois Marin Cilic (em três sets), ganhou a Daniel Evans e só perdeu com Rafa Nadal, eliminado nas meias-finais pelo suíço Roger Federer, nos oitavos.

6-2, 6-2, 6-2. João Sousa cai frente a Nadal em encontro histórico nos oitavos de Wimbledon

A vitória com o britânico tinha sido a última em Wimbledon, que não se realizou no ano de 2020 devido à pandemia e onde perdera na ronda inicial com o italiano Andreas Seppi em 2021. Agora, o jogador que fecha o top 60 do mundo ainda recuperou dois sets mas não chegou ao fim da sua maratona, caindo no último parcial e voltando a ser eliminado na primeira ronda do torneio britânico.

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O primeiro set acabou por cair para o francês mas com João Sousa a beneficiar ainda de um set point que podia ter feito o 7-5. Não fez. E após dois breaks consecutivos a abrir e uma série de jogos com os dois jogadores a segurarem o seu serviço, o português acabou por perder o tie break por 9-7, tendo na parte final da decisão sofrido uma queda que o deixou agarrado ao ombro esquerdo. A forma como acabou por cair no parcial inicial não teve reflexo na entrada do segundo set, que começou com 2-2, mas dois breaks seguidos na pior fase de jogo de João Sousa acabaram por fechar em 6-2 favorável a Richard Gasquet.

Os bons sinais deixados no set inicial não tiveram continuidade mas nem por isso o vimaranense desistiu da partida frente a um adversário mais experiente, que duas meias-finais de Wimbledon e que chegou a ser o sétimo melhor do mundo. E foi assim que, depois de um jogo de serviço em branco que fez o 3-3, João Sousa alcançou o break que tanto procurava desde o início do jogo, fechando o terceiro set com 6-4 e repetindo o resultado no quarto parcial desta vez conseguindo o break decisivo na nona partida. Voltava tudo à “estaca zero”, com o encontro a seguir para quinto set onde Gasquet conseguiu forçar um break logo numa fase inicial para o 3-1 que lhe permitiu depois gerir o resto do jogo até ao 6-3 final.