O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta segunda-feira ao rápido mapeamento do território marítimo português e a mais investimento na educação ambiental, prometendo empenho pessoal na proteção dos oceanos para lá do fim do mandato.

O chefe de Estado deixou estas mensagens numa iniciativa da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO inserida na Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que decorre na Altice Arena, em Lisboa, até sexta-feira.

Estamos a mostrar cooperação multilateral. Não é a moda nestes dias, a moda é a discórdia, não o consenso. É um bom sinal que aqui em Lisboa falemos de fazer a paz com a natureza e entre nós através do conhecimento, da ciência, da educação”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.

Numa intervenção em inglês, o Presidente da República agradeceu à UNESCO, agência da ONU especializada em educação, ciência e cultura, pelos seus estudos na área da oceanografia, referindo que “durante muito tempo estiveram quase sozinhos” nessa missão.

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Quanto ao território marítimo de Portugal, afirmou: “Estávamos muito atrasados no mapeamento, tínhamos apenas cerca de 20%, não é suficiente. E mesmo 30% em 2030 é demasiado tarde, tem de ser antes de 2030. Temos uma enorme plataforma continental, uma zona económica exclusiva, talvez a maior da Europa, uma das maiores da Europa, se não a primeira, a segunda. Temos de a mapear”.

“Temos de a mapear porque estamos a aumentar o número de áreas marinhas protegidas. Começámos pelo Atlântico, Madeira e Açores, 30% na Madeira, será 30% nos Açores muito em breve. Mas depois o resto”, completou.

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa pediu para se “multiplicar o investimento na educação” ambiental que está a ser feito a nível nacional e no quadro europeu com programas como o Escola Azul.

O Presidente da República terminou o seu discurso com um “compromisso pessoal”, considerando-se também ele “convocado para a ação” em defesa dos oceanos: “É fácil falar como se fosse um problema dos outros. Não, todos estamos convocados”.

Segundo o chefe de Estado, “esta conferência de Lisboa tem de ser não apenas um sinal de que há espaço para fazer a paz, multilateralismo, diálogo, cooperação, mas também um sinal de que vamos agir ainda mais profundamente e mais depressa”.

“Por isso, estou comprometido até ao fim do meu mandato, 2026, e depois do fim do meu mandato, porque sou professor, sempre serei professor no que respeita à investigação, educação e futuro dos oceanos”, declarou.

“Vamos superar os obstáculos, estou certo”, acrescentou.