O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) pediu, esta segunda-feira, uma audiência ao Presidente da República sobre “a grave rutura de recursos humanos” nos serviços de finanças e “a falta de cumprimento” do regime de carreiras.

Em comunicado, o STI avança que “solicitou hoje ser recebido em audiência pelo Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], para dar a conhecer o estado em que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) se encontra para fazer face aos desafios que o país exige, e que muito preocupa os trabalhadores afetos à AT”.

Em concreto, o STI diz que pretende abordar questões que preocupam a estrutura sindical, “como a grave rutura de recursos humanos nos serviços de finanças (rosto visível da AT no apoio aos cidadãos), assim como a grave rutura de recursos humanos nos serviços de controlo da fronteira externa”.

Outro dos temas que o sindicato quer discutir com o chefe de Estado é o “envelhecimento dos quadros” e “a urgente necessidade do seu rejuvenescimento”, refere o STI, acrescentando que a média etária dos trabalhadores dos impostos é das mais elevadas da Administração Pública.

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O STI indica ainda que “a falta de cumprimento, por parte do Governo, da regulamentação do regime de carreiras aprovado em 2019” é outra das questões que preocupa os trabalhadores, assim como “as dificuldades sentidas na Inspeção Tributária e Aduaneira, a crescente deterioração da imagem da AT e a falta de perspetivas claras quanto ao futuro da organização”.

No 15.º Congresso da estrutura sindical, realizado em abril, em Aveiro, a presidente do STI, Ana Gamboa, disse que os funcionários do fisco “querem conhecer o plano do Governo para a AT”, alertando que muitos serviços “vão fechar por falta de pessoal”.

“Os serviços da AT estão a colapsar e muitos Serviços de Finanças vão acabar por fechar por falta de pessoal para assegurar o serviço”, disse Ana Gamboa.

A dirigente lamentou que “a Administração nada diga sobre a sua estratégia para o setor e considerou muito prejudicial a possibilidade do progressivo encerramento destas ‘estruturas de proximidade’ entre a Administração Pública e o Cidadão”.

“Pelo que se vê, pela degradação das instalações e dos equipamentos e pela saída anual de centenas de trabalhadores para a aposentação, tudo aponta para que o fecho de balcões de Finanças venha a ser, de facto, inevitável, cavando ainda mais fundo a dificuldade de diálogo entre a AT e o utente”, referiu.

Segundo Ana Gamboa, “os trabalhadores sabem que há muito” passou o ponto de rutura e que, “se não forem tomadas medidas urgentes para reorganizar os serviços e reforçar os quadros em todo o país, muitos Serviços de Finanças poderão acabar por fechar”.