O alegado autor do tiroteio fatal de sexta-feira passada em Oslo, na Noruega, descrito pela polícia como um islamita com uma frágil saúde mental, foi colocado esta sexta-feira em prisão provisória por quatro semanas.

Polícia norueguesa considera tiroteio de Oslo como “terrorismo islâmico”

O suspeito, agora oficialmente identificado como Zaniar Matapour, de 43 anos, não poderá ter qualquer contacto com o mundo exterior até 25 de julho, decidiu o tribunal de Oslo.

O norueguês de origem iraniana é suspeito de ter matado dois homens, de 54 e 60 anos, e ferido outros 21 num tiroteio perto de um bar homossexual no centro de Oslo, na noite de sexta-feira passada, quando se realizavam várias celebrações de Orgulho LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Queer e outros).

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Apesar de ainda não terem sido determinados os motivos do ataque, a polícia norueguesa diz estar a trabalhar em várias teorias: um ataque de motivação ideológica, um crime de ódio contra a comunidade homossexual, o ato de uma pessoa desequilibrada, ou mesmo uma combinação de vários fatores.

Os serviços de informações internas da Noruega (PST), encarregados do contraterrorismo, alertaram que já tinham conhecimento da ligação do homem a “uma rede extremista islamita” desde 2015 e que chegaram a entrevistá-lo em maio, depois de ter mostrado interesse em demonstrações ou atividades que insultassem o Islão.

Porém, o PST afirmou que não ter detetado qualquer “intenção violenta” do suspeito.

Suspeito de cometer um “ato terrorista”, homicídio e tentativa de homicídio, Zaniar Matapour recusa-se a ser ouvido por receio, segundo o seu advogado, de que as gravações vídeo dos seus interrogatórios sejam manipuladas pelos investigadores.

O detido deverá submeter-se a uma observação preliminar por parte de peritos a fim de esclarecer a questão da sua saúde mental e, por conseguinte, a sua responsabilidade criminal.

Zaniar Matapour, que veio para a Noruega ainda criança, foi acusado e condenado por vários delitos relativamente menores no passado.

Os ministros nórdicos para a cooperação regional reuniram-se no local da tragédia, comprometendo-se, numa declaração conjunta, a manterem “uma frente comum com a comunidade LGBT e contra todas as formas de violência”.

A marcha de Orgulho, que deveria ter acontecido na tarde de sábado em Oslo pela primeira vez depois de uma interrupção de três anos por causa da pandemia da Covid-19, foi adiada indefinidamente.