É mais habitual nuns construtores do que noutros, mas a realidade é que nenhum fabricante de automóveis está imune à fuga de informação. Sobretudo de imagens, dias ou horas antes daquela que deveria ser a sua revelação oficial. A Hyundai é a mais recente “vítima” desta situação, pois o Ioniq 6 “escapou” antes do previsto.

Depois da habitual campanha de teasers, chamando a atenção para determinados detalhes do seu futuro streamliner, eis que cai por completo o véu que ainda cobria o exterior e o interior do Ioniq 6. O segundo modelo do construtor sul-coreano assente na plataforma dedicada Electric Global Modular Platform (E-GMP) revela-se, sem grandes surpresas, muito fiel ao concept que o antecipou, o Prophecy, apresentado em 2020.

Pelo que a fuga de fotos nos permite ver, as projecções curtas e uma ampla distância entre eixos (2,95 m, dado sujeito a confirmação) visam explorar ao máximo a habitabilidade a bordo. Frente e traseira não fogem ao esperado, da mesma forma que no perfil lá está o aguardado efeito de meia cúpula ou arco a descrever o declive para trás, linhas estas que foram traçadas para conduzir o fluxo de ar, em busca de uma melhor eficiência aerodinâmica. E, pela mesma razão, comprova-se na foto da lateral que as pegas das portas são escamoteáveis, integrando-se perfeitamente na carroçaria da nova berlina eléctrica com ares de coupé. Outro detalhe que as fotos sugerem prende-se com os retrovisores exteriores que, dependendo dos mercados, podem ser substituídos por câmaras, com as imagens captadas por estas a serem reproduzidas nos dois ecrãs que “limitam” os extremos do tablier. A propósito do interior, tudo parece ter sido desenhado para favorecer a sensação de espaço, desde os painéis das portas à “associação” do painel de instrumentos com o ecrã central, cada um de 12 polegadas. São dois displays praticamente em contínuo que permitem prescindir de comandos físicos, contribuindo assim para um habitáculo em que as linhas clean não se dissociam do envolvimento tecnológico.

De recordar que o novo Ioniq 6 pretende disputar o segmento D, o que automaticamente posiciona este Hyundai como rival do Tesla Model 3. À semelhança, aliás, do futuro Volkswagen ID.7 com base no concept ID. Aero. E ambos chegarão às estradas ainda este ano, mas não na Europa, onde vai ser preciso esperar por 2023.

Para animar a espera, o que se julga saber é que a autonomia do Ioniq 6 ultrapassará a barreira dos 500 km (515 km, sujeito a confirmação) com a bateria de maior capacidade (77,4 kWh). Em termos de potência máxima, espere 230 kW, ou seja, 313 cv passados às quatro rodas nas versões com dois motores eléctricos (um por eixo). Mas haverá outras com apenas um motor, combinado com diferentes packs de acumuladores. Pelo que está à vista, já só nos resta esperar que a Hyundai avance as especificações técnicas definitivas.

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