O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta quarta-feira que a cimeira da NATO de Madrid começou “da melhor maneira”, com o desbloqueio da adesão da Suécia e Finlândia, e afirmou que o processo de ratificação em Portugal será “bastante rápido”.

“Começamos da melhor maneira esta cimeira da NATO com a entrada da Finlândia e da Suécia”, disse António Costa aos jornalistas, à chegada à cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que arranca esta quarta-feira em Madrid.

Para o primeiro-ministro português, num momento em que há uma guerra na Ucrânia, na sequência da invasão russa de 24 de fevereiro, “é mais importante do que nunca reforçar esta aliança defensiva” para “construir a paz e garantir uma paz duradoura nesta região euro-atlântica, em especial, na Europa”.

Costa acrescentou que o processo de ratificação por Portugal da adesão da Suécia e da Finlândia à NATO será “bastante rápido”.

Na terça-feira, a Turquia levantou o seu veto à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, após a assinatura de um memorando que “responde às preocupações” de Ancara, segundo anunciou o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg.

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A Turquia anunciou um bloqueio das candidaturas sueca e finlandesa em meados de maio e decorreram negociações desde então para tentar ultrapassar o veto turco.

Turquia diz que não vai levantar veto à Finlândia e Suécia durante cimeira da NATO

Ancara acusa a Suécia de albergar militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização que a Turquia considera terrorista.

A Turquia exigiu também o levantamento dos bloqueios de Estocolmo e Helsínquia à exportação de armas, após a intervenção militar de Ancara no norte da Síria em outubro de 2019, o endurecimento da legislação antiterrorista sueca e a extradição de várias pessoas que descreve como terroristas.

Finlândia e Suécia receberam “luz verde” de Erdogan para entrar na NATO. Mas no que tiveram de ceder?

Segundo um comunicado da Presidência turca, na terça-feira, Erdogan obteve a “plena cooperação” da Finlândia e da Suécia contra os combatentes curdos do PKK e aliados e concordou com a entrada na NATO dos dois países nórdicos.

Já o Presidente da Finlândia, também num comunicado, disse que o memorando assinado pelos três países “sublinha o compromisso da Finlândia, da Suécia e da Turquia em alargar o seu total apoio contra ameaças à segurança uns dos outros.”

“Tornarmo-nos Aliados da NATO irá reforçar ainda mais este compromisso”, refere o chefe de Estado finlandês, que sublinha que Helsínquia tem levado em consideração, de forma permanente e séria, as preocupações turcas “sobre a ameaça terrorista” e “condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações”.

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, por seu turno, considerou “um bom acordo” o memorando que desbloqueou o veto turco e disse ser “difícil saber o que convenceu” a Turquia.

Segundo Magdalena Andersson, numa reunião “muito longa” em Madrid entre Ancara, Estocolmo e Helsínquia foram discutidas as reformas nas respetivas legislações antiterrorismo nos últimos anos.

Falámos também sobre qual vai ser o contributo da Suécia para a NATO. Foi também por isso que houve entusiasmo por parte dos países da Aliança com a nossa entrada [na Aliança Atlântica]. A Suécia e a Finlândia vão contribuir para a segurança da NATO”, afirmou.