Quase 700 vítimas libertadas e 300 detidos foi o resultado de uma operação global contra tráfico de pessoas realizada este mês em 44 países e coordenada pela Interpol, anunciou a rede de polícia internacional.

A operação ‘Weka II’ aconteceu entre os dias 12 e 17 e saldou-se com a prisão de 88 alegados traficantes de seres humanos e 83 contrabandistas de migrantes, detalhou a Interpol, em comunicado esta quarta-feira divulgado.

A polícia fez ainda mais uma centena de detenções por crimes como falsificação de documentos ou tráfico de armas e drogas e destacou a natureza “policriminal” dos grupos de crime organizado.

Entre os casos mais destacados da operação está a prisão em Marrocos de um homem que recrutou mulheres da Nigéria e de Marrocos para depois as enviar para Espanha e outros países europeus, onde foram forçadas a prostituírem-se.

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Um homem suspeito de liderar um grupo internacional que levava mulheres da Guiné-Conacri e de Marrocos para Espanha para serem exploradas sexualmente também foi preso, na Costa do Marfim.

Em ambos os casos, as pistas para a sua identificação e detenção começaram a ser obtidas em operações anteriores da Interpol, em 2020 e 2021.

“Essas detenções mostram a amplitude e o valor das operações globais, não apenas no momento, mas também a longo prazo, graças à criação de pistas e redes” entre investigadores de diferentes países, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.

Outro dos resultados da operação assinalados pela Interpol foi o desmantelamento, na Gâmbia, de uma rede de cinco suspeitos que cobravam mil dólares aos migrantes para os levar para as ilhas Canárias (Espanha).

Além disso, em vários países do Médio Oriente e África, foram desmanteladas redes de tráfico de pessoas, atraídas por falsas promessas de trabalho e depois submetidas a escravatura, e cerca de 4.000 migrantes de 29 nacionalidades foram identificados num processo de transporte por redes de contrabando para outros países.