Os preços do petróleo podem superar os 200 dólares por barril caso seja posto em prática o plano anunciado pelo G7, que poderá introduzir um limite aos preços pagos nas importações de petróleo (e derivados) da Rússia. Um analista do banco sueco SEB afirma que, embora o plano “pareça bonito no papel”, irá acabar por ser uma “receita para o desastre” tendo em conta a instabilidade que este mercado tem sentido nos últimos meses.

Citado pela Business Insider, o analista Bjarne Schieldrop explica que a procura elevada e o fornecimento condicionado estão a contribuir para aumentar o poder da Rússia no mercado petrolífero, num contexto em que os preços já quase duplicaram este ano – os preços do petróleo, tanto nos EUA como na Europa, começaram o ano de 2022 abaixo de 80 dólares por barril e chegaram a ser cotados acima dos 120 dólares.

Embora não tenha avançado mais detalhes, o G7 avançou na terça-feira que estava a preparar um plano com vista a limitar os preços pagos pelo petróleo russo. O objetivo seria evitar que a Rússia tenha lucros maiores com a venda de petróleo e produtos derivados, beneficiando da instabilidade que a invasão da Ucrânia está a provocar.

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Na prática, o plano poderia prever uma tentativa de proibição de transporte de petróleo que não tenha sido comprado abaixo de um determinado nível. Para o analista do SEB, isto parece “bonito no papel, mas nesta altura parece ser uma receita para o desastre”.

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Numa nota enviada aos clientes, o analista admite que, no limite, a Rússia poderá antecipar-se à entrada em vigor dessa limitação de preços anunciando uma proibição das vendas de petróleo aos países considerados “não amigos”. É nesse contexto que os preços podem disparar, avisa Bjarne Schieldrop: “os países do G7 hoje estarão a rezar para que as exportações petrolíferas da Rússia não desçam, porque se isso acontecer então os preços podem saltar para mais de 200 dólares por barril”.