O primeiro-ministro britânico disse esta sexta-feira que o 25.º aniversário da entrega de Hong Kong à China é motivo de “celebração, não de tristeza”, mas criticou Pequim por “não cumprir” as suas obrigações para com a ex-colónia britânica.

A China “entusiasticamente comprometeu-se com o princípio ‘um país, dois sistemas’. Isso significava que, embora muitas coisas mudassem à superfície, as bases sobre as quais Hong Kong assenta permaneceriam praticamente intocadas”, disse Boris Johnson, numa mensagem difundida através da rede social Twitter, um dia depois de se cumprirem 25 anos desde que a soberania do território foi transferida.

Isto perdurou durante um período, que permitiu à cidade continuar a “prosperar e florescer”, mas, neste 25.º aniversário, “simplesmente não podemos omitir o facto de que, desde há algum tempo, Pequim renega as suas obrigações”.

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“O atual estado de coisas ameaça os direitos e as liberdades do povo de Hong Kong e o seu progresso e prosperidade contínuos”, salientou o chefe do governo do Reino Unido.

“Há 25 anos fizemos uma promessa ao território e ao seu povo e pretendemos cumpri-la, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para que a China honre os seus compromissos, para que Hong Kong volte a ser gerida pelo povo de Hong Kong e para o povo de Hong Kong”, afirmou Johnson.

Em 1997, a China assumiu o controlo de Hong Kong sob o princípio “um país, dois sistemas”, que permitiria manter os sistemas económico, político e judicial da cidade, distintos do sistema político que vigora na China continental, durante um período de 50 anos.

Mas uma polémica lei de segurança nacional e outras medidas relativas ao executivo de Hong Kong aproximaram o sistema judicial e o político do território aos existentes na China continental.

A lei de segurança nacional, aprovada por Pequim em 2020, prevê penas de prisão perpétua para casos de secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras, entre outros.

Desde então foram detidos, ao abrigo daquela lei, dezenas de ativistas, políticos da oposição, jornalistas e académicos em Hong Kong, colocando um fim ao movimento pró-democracia que começou em 2019.