Os cidadãos que doaram sangue de 13 a 19 de junho receberam como agradecimento 3.200 “vouchers” de livros e, desses, foram levantados 2.150, revelaram nesta sexta-feira o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) e a livraria Wook.

A oferta verificou-se ao abrigo da campanha “Momentos Solidários — Dar o Litro”, com que a empresa livreira portuguesa se associou ao instituto público para assinalar pela segunda vez o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado internacionalmente a 14 de junho.

Na prática, as colheitas decorreram nos mesmos moldes em que habitualmente já acontecem em dezenas de locais do país, mas desta vez com a diferença de que, aos cerca de 3.200 dadores que participaram durante aquela semana específica, o IPST entregou um vale de oferta que a Wook converteria num de 64 títulos indicados para o efeito no seu “site”.

Para as 2.150 pessoas que aderiram, o livro seguiu depois de forma gratuita para o respetivo domicílio.

Realçando que “a dádiva de sangue é um ato voluntário, benévolo, altruísta e não remunerado”, fonte oficial da direção do IPST declarou à Lusa que cada livro foi assim um gesto de agradecimento pela disponibilidade dos dadores.

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“Oferecer cultura é sempre uma excelente iniciativa. Associar cultura à solidariedade parece-nos ainda melhor”, sublinhou.

Segundo a Wook, a seleção dos 64 livros disponibilizados aos dadores procurou abranger géneros que agradassem “a todos os gostos, incluindo títulos de ficção e não-ficção, desde clássicos intemporais a temas mais atuais”, e foi possível porque várias editoras “entusiasticamente se juntaram a esta ação, permitindo dinamizar o gosto pela leitura e o incentivo à dádiva de sangue”.

Foi o caso da Bertrand, do Clube do Autor, da In, da Leya, da Penguim Random House, da Pergaminho, da Zero a Oito e de várias chancelas dos grupos Porto Editora e Presença.

Relativamente às reservas hospitalares de sangue, o IPST alerta que “os hospitais portugueses precisam de aproximadamente entre 800 a 1.000 unidades de sangue por dia e, embora a situação agora esteja estável, a dádiva de sangue em Portugal enfrenta importantes desafios. Se considerarmos que a dádiva se realiza, preferencialmente, entre os 18 e os 65 anos, as alterações demográficas — com uma população cada vez mais envelhecida — têm impacto no número de dadores, bem como as doenças emergentes e as alterações climáticas”.

Para serem dadores de sangue, os interessados precisam ter entre 18 e 65 anos ou um máximo de 60 no caso da primeira dádiva, devendo pesar mais de 50 quilogramas e possuir hábitos de vida saudáveis.