O ministro das Infraestruturas e Habitação tem uma audição prevista no Parlamento no dia 12 de julho cujo tema central é o processo para decidir o novo aeroporto de Lisboa. O requerimento para ouvir Pedro Nuno Santos foi da iniciativa do PSD. A audição foi aprovada e já estava agendada antes de rebentar a crise política associada ao anúncio de uma decisão sobre o tema que o primeiro-ministro mandou revogar.

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Para além de uma curta declaração à imprensa na quinta-feira à tarde onde assumiu a responsabilidade pelo que qualificou de um “erro de comunicação” no anúncio, feito na véspera, de uma decisão sobre a futura resposta aeroportuária — a qual previa o desenvolvimento no curto prazo de um aeroporto complementar no Montijo seguido da construção de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete — Pedro Nuno Santos não deu mais explicações sobre a polémica. Limitando-se horas depois a assinar a revogação do despacho assinado horas antes pelo seu secretário de Estado onde era consagrada a nova solução e mandatado o LNEC para elaborar uma avaliação ambiental estratégica.

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Foi António Costa quem deu mais esclarecimentos sobre o ponto de situação do processo, afirmando que afinal ainda estavam em aberto todas as opções, uma vez que a estratégia definida pelo primeiro-ministro é a de procurar um consenso com o maior partido da oposição cujo novo líder toma posse no fim de semana.

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Ainda que Pedro Nuno Santos falhe este agendamento, dificilmente escapará a dar mais respostas ao Parlamento. Na comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas já entraram dois requerimentos (um do PCP e outro do Bloco de Esquerda) para chamar o ministro sobre o tema do aeroporto e que serão votados na próxima semana.

A comissão tem vindo a ouvir uma série de personalidades sobre este tema, tendo como pano de fundo as dúvidas surgidas sobre o processo de seleção da entidade que vai fazer a avaliação ambiental estratégica de três soluções aeroportuárias para a capital. Neste contexto e já na próxima semana está marcada a audição com a administração da ANA — Aeroportos de Portugal.

Aeroporto. IMT afasta conflitos de interesses jurídicos e remete decisão final para o Governo

Já foram ouvidos a presidente do LNEC e o presidente do Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), a entidade que lançou o concurso internacional que resultou na escolha de um consórcio que integra uma empresa espanhola que tem ligações à gestora dos aeroportos espanhóis. As dúvidas sobre conflito de interesses na avaliação da melhor solução para o aeroporto de Lisboa foram acolhidas por Pedro Nuno Santos que, no despacho que aprovava a solução (entretanto revogado), este concurso era anulado sem adjudicação.