Os EUA estão determinados a atingir os seus objetivos de redução de emissões de gases com efeitos de estufa, apesar da decisão desfavorável do Supremo Tribunal de Justiça, disse John Kerry, enviado da Casa Branca para as alterações climáticas.

“Estamos determinados a atingir os nossos objetivos. Podemos atingi-los”, declarou, um dia depois do muito conservador Supremo Tribunal (STJ) ter decidido limitar fortemente o poder do Estado federal na luta contra o aquecimento global.

Ao mesmo tempo, Kerry avançou que a decisão do STJ “diminui o ritmo” dos compromissos com países terceiros.

O presidente Joe Biden está a lutar para mostrar, interna e externamente, que os EUA conseguem fazer significativos progressos na luta contra a emergência climática e conseguir acordos com outros países com o mesmo objetivo.

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Os cientistas garantem que já faltam poucos anos para se conseguirem evitar a subida do aquecimento para níveis tais cujas consequências anunciam dramáticas.

Kerry adiantou que ainda não falou com os seus interlocutores estrangeiros desde a decisão do STJ, que alguns cientistas equiparam a um muro do estômago e um desastre.

“Estou à espera que me façam perguntas. Mas a minha resposta vai ser ‘ouçam, vamos cumprir os nossos objetivos'”.

Acrescentou ainda que “a decisão do Supremo Tribunal é desapontadora, mas (…) não nos retira a capacidade de fazer uma quantidade enorme de coisas que precisam de ser feitas”.

Questionado se era possível pedir à China e outros grandes poluidores para se afastarem rapidamente dos combustíveis fósseis, quando os EUA lutam para cumprir alguns dos seus próprios objetivos, Kerry disse: “Eles vão fazer a sua própria análise. É expectável que tenha um impacto no que venham a decidir”.

Os problemas da Casa Branca em conseguir avanços na agenda climática contra os conservadores no Congresso e no Supremo Tribunal não prejudicou o seu trabalho nas negociações sobre o clima em que está envolvido, garantiu Kerry.

“Mas penso que diminuiu o ritmo com que algumas dessas coisas possam acontecer”, admitiu.

Porém, “se os EUA forem capazes de cumprir os seus próprios objetivos, e o fizerem rapidamente, isso iria colocar muita pressão sobre vários países”, antecipou.