Um membro do Governo britânico, Chris Pincher, responsável pela disciplina parlamentar dos deputados conservadores, demitiu-se após alegações de que teria apalpado dois homens na quarta-feira, foi esta sexta-feira divulgado.

“Na noite passada bebi demais. Envergonhei-me a mim próprio e a outras pessoas”, admitiu, numa carta de demissão datada de quinta-feira, em que o deputado pede desculpa “às pessoas envolvidas”.

Pincher era o vice-presidente da bancada parlamentar e considerado próximo do primeiro-ministro, Boris Johnson, cujo Governo já estava abalado por uma série de escândalo sexuais.

De acordo com o tabloide The Sun, o político de 52 anos apalpou dois homens num clube privado no centro de Londres, o Carlton Club, suscitando queixas junto do partido.

Segundo o jornal, esta é a segunda vez que Pincher, deputado eleito pelo círculo de Tamworth desde 2010, foi obrigado a abandonar o cargo por causa de alegações de caráter sexual.

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Em 2017, foi acusado de ter feito avanços a um antigo remador olímpico, o ativista Tory Alex Story, que na altura tinha 26 anos, embora um inquérito o tenha ilibado.

Reintegrado pela ex-primeira-ministra Theresa May, juntou-se ao Ministério dos Negócios Estrangeiros como secretário de Estado quando Boris Johnson tomou posse em julho de 2019.

Pincher torna-se no quinto deputado conservador envolvido num escândalo sexual desde abril.

Um deputado suspeito de violação ainda não identificado foi detido e mais tarde libertado sob fiança em meados de maio, outro admitiu em abril ter visto pornografia no telemóvel enquanto estava no plenário no parlamento, enquanto um antigo deputado foi condenado em maio a 18 meses de prisão por assédio sexual a um menor de 15 anos.

Nos dois últimos casos, os deputados demitiram-se, levando a eleições legislativas parciais e a pesadas derrotas para os conservadores britânicos.

Embora se tenha demitido do cargo, Chris Pincher continua a ser deputado, mas o primeiro-ministro está sob pressão para o expulsar do grupo parlamentar.

“Não há hipótese de os conservadores ignorarem uma possível agressão sexual”, criticou a vice-líder do Partido Trabalhista, Angela Rayner, na rede social Twitter, lamentando uma “degradação total dos princípios na vida pública” sob a governação de Johnson.