A introdução do halo nos monolugares da Fórmula 1 e da Fórmula 2 não foi propriamente a decisão mais salomónica e unânime. Pelas dúvidas sobre a sua eficácia, até por uma questão estética. No entanto, cada ano que passa tem vindo a provar que essa alteração tornou-se uma das mais importantes tendo em vista a segurança dos pilotos. E, num dia, houve dois exemplos paradigmáticos disso mesmo em Silverstone.

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Ainda de manhã, na corrida de Fórmula 2. Na curva de Vale, uma das mais conhecidas do circuito, o piloto norueguês Dennis Hauger (Prema Racing), que já conseguiu duas vitórias este ano e que foi campeão mundial de Fórmula 3 em 2021, tocou no carro do israelita Roy Nissany (DAMS), ficando com problemas na roda direita e não evitando uma passagem pela relva. Ato contínuo, o escandinavo acabou por levantar na passagem depois pelo corretor na reentrada e bateu na parte de cima do carro adversário.

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A imagem causou grande apreensão mas, muito graças à influência do halo, nenhum dos pilotos sofreu qualquer problema físico, ficando apenas fora de uma corrida ganha pelo americano Logan Sargeant.

Mais tarde, na Fórmula 1, a chegada à curva 1 acabou por ter um dos mais brutais acidentes da temporada, o que fez com que a bandeira vermelha se mantivesse durante uma hora até um novo recomeço. George Russell ficou de fora, Tsunoda e Ocon também sofreram problemas nos seus monolugares, Alexander Albon teve uma saída violenta após alguns toques no meio da confusão que lhe tiraram a direção mas o pior foi mesmo Zhou Guanyu, que saiu disparado com o carro virado ao contrário após capotamento, passou pela gravilha, saltou a barreira de pneus e bateu na rede que faz a separação com as bancadas.

Perante a gravidade do sucedido, George Russell, que pela primeira vez este ano não completou uma prova (sendo que até agora tinha sido sempre top 5), saiu do seu Mercedes a correr para perceber como estava o piloto chinês, havendo sinais positivos por parte do membro da Alfa Romeo que, ainda assim, demorou largos minutos até ser retirado da apertada zona por uma questão de precaução. Zhou seguiu depois para o centro médico de Silverstone, tendo realizado vários exames que confirmaram ter saído ileso do despiste e voltando inclusivamente às boxes onde foi confortado por elementos da equipa e da FIA.

“Estou ok, tive alta. O halo salvou-me a vida. Obrigado a todos pelas mensagens que me enviaram!”, diria mais tarde através das suas contas oficiais nas redes sociais. Já Alexander Albon, piloto da Williams, acabou por ser transportado de helicóptero para o hospital de Coventry mas, umas horas depois, confirmou que não tinha também problemas físicos de maior. “Está tudo ok, os animais estão ok, mais importante do que isso fico feliz por o Zhou estar ok! Obrigado a todo o staff médico e pelas mensagens que me foram enviando. Agora já temos os olhos focados na Áustria”. escreveu o tailandês após ter alta. Silverstone ficou como a corrida que valeu a primeira vitória de Carlos Sainz, os primeiros pontos de Mick Schumacher e o nono pódio consecutivo de Lewis Hamilton mas foi do acidente logo a abrir que mais se falou.