Marcelo Rebelo de Sousa considerou este domingo que o novo líder do PSD, Luís Montenegro, iniciou uma “maior aproximação ao Presidente da República” e abriu caminho para “uma colaboração especial”, que saudou.

Daquilo que eu vi, registo um dado novo relativamente ao Presidente da República Portuguesa, que é: onde no passado recente havia cooperação institucional, há uma colaboração especial. E, portanto, há uma mudança no PSD no sentido de maior aproximação ao Presidente da República Portuguesa. Registo e fico satisfeito com isso”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, em São Paulo.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que não falava assim “por ser o PSD” e que tomaria a mesma posição “com qualquer partido”, porque entende que “o país precisa de colaboração, mais do que mera cooperação institucional”.

Interrogado sobre o que o levou a falar numa “colaboração especial” com Luís Montenegro, que sucedeu a Rui Rio na liderança do PSD, o Presidente da República respondeu: “Porque ele utilizou essa expressão. Não fui eu, ele é que utilizou a expressão”.

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“Na política, nesses pontos muito específicos, em momentos também específicos, não é indiferente a utilização das palavras“, disse.

No discurso de encerramento do Congresso do PSD, este domingo, no Porto, Luís Montenegro dirigiu-se aos “representantes de sua excelência o senhor Presidente da República”, por intermédio de quem enviou “uma mensagem de disponibilidade total da nova direção do PSD para prosseguir com sentido de lealdade e colaboração institucional a relação de proximidade e cooperação que a democracia e os portugueses exigem e merecem”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, é bom que haja “uma colaboração mais virada para aquilo que são pontos fundamentais da estratégia do país” como a solução aeroportuária para a região de Lisboa e a descentralização, “dossiês que passam pela colaboração entre os principais partidos”.

“Há uma coisa que sempre defendi, e sabem, que é uma oposição forte“, referiu, defendendo que oposição e Governo se reforçam mutuamente: “Isso é muito bom, o país está a precisar disto neste momento, e a precisar também de uma colaboração”.

O chefe de Estado falava na residência oficial do cônsul-geral de Portugal em São Paulo, tendo ao seu lado o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André.