Ao final da manhã (início da tarde de Kiev), subsistiam as dúvidas relativamente à situação em Lysychansk, o último bastião de resistência ucraniana na região do Lugansk, no Donbass, mas ao longo do dia estas seriam desfeitas: Lysychansk está mesmo totalmente sob domínio russo neste momento, depois da retirada das tropas ucranianas.
O ministério da Defesa russo alegou em comunicado que Moscovo conseguira “o controlo total” desta localidade do leste da Ucrânia e que o Presidente russo, Vladimir Putin, até já fora informado de que a região de Lugansk estava “completamente libertada” pela Rússia.
Porém, um porta-voz do ministério da Defesa da Ucrânia, Yuriy Sak, refutou a tese em declarações à estação britânica BBC, nas quais garantiu que ainda não há um cerco e um controlo claro da localidade, admitindo apenas a hipótese de um retirada temporária e estratégica “de certas áreas” para “preservar vidas” e para que possam “voltar a ser tomadas no futuro”.
A meio da tarde, porém, as forças armadas ucranianas confirmavam a retirada das suas tropas da cidade de Lysychansk. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acabou por confirmar a queda da cidade na sua mensagem publicada na noite de domingo, mas deixou uma promessa: “Se os comandantes do nosso exército se retiram de certos pontos da linha da frente, onde o inimigo tem mais vantagem, e isto também se aplica a Lysychansk, isso só significa uma coisa: que graças às nossas táticas e ao aumento do fornecimento de armamento, iremos regressar.”
Lugansk é uma das duas principais regiões do Donbass, região em que o Kremlin concentra atualmente os seus principais esforços de guerra — a outra é Donetsk.
O que aconteceu esta tarde e ao início da noite?
O Estado Geral das Forças Armadas da Ucrânia reconheceu que as tropas ucranianas foram “forçadas” a abandonar Lysychansk. À noite, o Presidente ucraniano confirmou que o exército ucraniano se retirou da cidade de Lysychansk, mas prometeu a reconquista da cidade, se o Ocidente enviar mais armamento à Ucrânia.
Um forte bombardeamento russo sobre a cidade de Slovyansk provocou seis mortos, entre eles uma criança, e 20 feridos.
O embaixador ucraniano na Turquia anunciou que o país deteve o cargueiro russo Zhibek Zholy, a pedido da Ucrânia, por suspeitas de transportar cereais roubados.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, está de visitou a Ucrânia e aproveitou a conferência de imprensa com o Presidente Volodymyr Zelensky para anunciar mais ajuda militar à Ucrânia da Austrália e novas sanções à Rússia.
O Papa Francisco fez um novo apelo pela paz na Ucrânia e afirmou que o mundo precisa de uma paz “não baseada no equilíbrio de armamentos e no medo recíproco”.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, lembrou que as sanções impostas à Rússia pela anexação da Crimeia e apoio aos separatistas do Donbass ainda estão em vigor e mostrou abertura para aplicar medidas semelhantes no futuro.
O que aconteceu durante a noite passada e esta manhã?
O ministério da Defesa russo alega que Moscovo tem já “o controlo total” de Lysychansk, a última grande cidade de Lugansk, no Donbass, que ainda não estava sob controlo russo. As autoridades ucranianas já vieram porém refutar a informação, não havendo ainda relatos independentes e fiáveis que permitam concluir qual das versões está correta.
Na reação à alegação russa de que o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, até já informara Vladimir Putin de que toda a região de Lugansk estava “completamente libertada”, um porta-voz do ministério da Defesa da Ucrânia, Yuriy Sak, afirmou: “Para os ucranianos, o valor da vida humana é uma prioridade primordial, pelo que podemos retirar-nos de certas áreas para que as possamos voltar a tomar no futuro”.
O Governo britânico publicou a sua atualização diária referente à guerra na Ucrânia e alegou que uma “solução constitucional” para a região de Kherson é “provavelmente uma prioridade” da Rússia a breve prazo: “É provável que a Rússia coloque como prioridade uma votação pseudo-constitucional [referendo, previsivelmente já este outono] numa tentativa de legitimar o seu controlo da região”.
Durante a madrugada, as forças ucranianas terão conseguido atingir e eliminar uma base militar russa localizada em Melitopol, cidade ucraniana que fica no sudeste do país e que está atualmente sob controlo do Kremlin. A informação foi avançada pelo antigo autarca ucraniano de Melitopol, atualmente exilado. Ivan Fedorov alegou ainda que foram feitos “mais de 30 ataques” às 3h e 5h (1h e 3h de Portugal continental).
Também durante a madrugada, explosões na cidade russa de Belgorod, localizada junto à fronteira com a Ucrânia, terão provocado pelo menos três mortos. As autoridades locais suspeitam de um novo ataque ucraniano a Belgorod, que, segundo o governador da cidade, terá também danificado 39 casas (cinco das quais terão ficado inteiramente destruídas) e 11 complexos residenciais.
Anteriormente, no final da noite de domingo, o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pediu que a guerra — que “não acabou” — “não seja esquecida” e alegou que as forças russas fizeram seis ataques com mísseis só durante a última noite.