A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira uma moção do PEV para solicitar ao Governo que inicie o processo para a reabertura, “no mais breve tempo possível”, da 42.ª esquadra da PSP de Carnide, encerrada desde outubro de 2019.

Solicitar ao Governo que encete as iniciativas indispensáveis para a reabertura deste equipamento no mais breve tempo possível, ponderando proceder à renovação de meios e recursos, agentes e frota, prosseguindo a aquisição de veículos mais limpos e eficientes”, refere a moção apresentada pelo PEV e aprovada por maioria, com a abstenção dos dois deputados independentes eleitos pela coligação PS/Livre e os votos a favor dos restantes, nomeadamente BE, Livre, PEV, PCP, PS, PSD, PAN, IL, MPT, PPM, Aliança, CDS-PP e Chega.

Na apresentação da moção, o deputado do PEV José Sobreda Antunes lembrou que a esquadra está encerrada desde outubro de 2019 e referiu a posição assumida, recentemente, pelo atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), de “defender sempre o maior número de esquadras”.

O deputado municipal do PCP, Fábio Sousa, que é também presidente da Junta de Freguesia de Carnide, disse que a população perdeu “o mais importante marco da segurança à vida em comunidade no centro de Carnide“, afirmou que “a sensação de insegurança aumentou para aqueles que estavam habituados a ter os seus bairros vigiados” e realçou a mobilização “incansável” dos fregueses para a reabertura da 42.ª esquadra da PSP, inclusive com uma petição que reuniu 4.500 assinaturas.

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Há quase três anos que Carnide tem menos segurança, que Lisboa tem menos segurança”, indicou Fábio Sousa, referindo que, desde 2012, foram fechadas 14 esquadras na capital.

A falta de condições do edifício da 42.ª esquadra da PSP, que é propriedade municipal, foi a razão apontada pelo Ministério da Administração Interna para determinar o encerramento, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, acrescentando que, neste momento, a câmara já tem as chaves do espaço e pode iniciar as obras de requalificação, “para que o único motivo para o qual o Governo a fechou se extinga”.

Manifestando a posição do partido que governa a cidade de Lisboa, ainda que sem maioria absoluta, o deputado municipal do PSD Carlos Reis assumiu o compromisso de fazer com que “esse álibi desapareça”, mas ressalvou que quem pode reabrir a esquadra é o Governo.

Além da reabilitação do edificado, inclusive a “urgente avaliação das condições patrimoniais” do espaço da 42.ª esquadra da PSP de Carnide, a moção pede ao Governo para “conciliar as prioridades de policiamento de proximidade com a intensificação das eventuais obras tido como fundamentais”.

Na mesma reunião, os deputados municipais apreciaram a petição “Não ao parque de rebocados da EMEL no centro do Lumiar” e aprovaram, por unanimidade, uma recomendação dirigida à câmara para que informe sobre a evolução do processo de alteração da localização do parque de rebocados e que a população e as associações da freguesia sejam envolvidas na requalificação do espaço libertado.

Por proposta da Iniciativa Liberal, a assembleia decidiu recomendar à câmara que desenvolva um plano de intervenção cultural num dos bairros municipais geridos pela Gebalis, para valorização dos espaços comuns, em que o mote seja a Arte Urbana, na empena dos edifícios, com a designação de um curador e o envolvimento dos moradores.

Essa recomendação foi aprovada com os votos contra do Chega, a abstenção do CDS-PP e os votos a favor de dois deputados do CDS-PP Francisco Camacho e Madalena Natividade, BE, Livre, PEV, PCP, PS, PSD, PAN, IL, MPT, PPM, Aliança e dois independentes eleitos pela coligação PS/Livre.

Por unanimidade, foi aprovada outra recomendação da IL para que a câmara assegure que as intervenções no espaço público e os reordenamentos de estacionamento sejam previamente dados a conhecer aos moradores e comerciantes da respetiva zona e que garante o envolvimento das Juntas de Freguesia no processo.