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O líder parlamentar da Iniciativa Liberal anunciou esta terça-feira que o partido se vai abster na votação da moção de censura ao Governo anunciada pelo Chega, que será debatida na quarta-feira na Assembleia da República.

“Amanhã iremos abster-nos. Há uma grande diferença entre a IL e o Chega, bem patente nesta moção de censura”, afirmou Rodrigo Saraiva, em declarações aos jornalistas, no parlamento.

Por seu turno, o Grupo Parlamentar do PCP vai votar contra, por considerar que a iniciativa da  “não propõe soluções” para os problemas do país. Numa resposta enviada à Lusa, o PCP demarca-se da iniciativa apresentada pelo partido de André Ventura e fonte de bancada comunista argumenta que “a moção apresentada pelo Chega não propõe soluções” para os problemas que o país enfrenta.

“O Chega utiliza problemas reais não com o objetivo de dar resposta aos trabalhadores e às populações, mas com projetos e políticas que só contribuem para os agravar. O PCP não contribuirá para essa manobra, por isso, votará contra a moção de censura”, sustenta o PCP.

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O partido mantém a abordagem que tem tido: exigir ao Governo de António Costa que “concretize as soluções que são necessárias” para fazer face ao aumento do custo de vida — na ótica do PCP com salários e pensões adequados à inflação e o controlo de preços.

A bancada comunista advoga, no entanto, que a maioria absoluta socialista “não concretiza porque não quer”.

Na sexta-feira, o presidente do Chega anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo – uma iniciativa que está à partida chumbada dado que o PS dispõe da maioria absoluta dos deputados na Assembleia da República —, tendo esta terça-feira divulgado o texto da moção.

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“Estamos perante um Governo sem estratégia e os escassos meses do XXIII Governo Constitucional foram já prova bastante da sua falta de capacidade e organização”, defende o partido no texto, no qual identifica três situações que o executivo “se tem mostrado incapaz de resolver: caos na saúde; crise nos combustíveis; completa falta de articulação no seio do Governo e desautorização e fragilização extrema de alguns ministros”.

E aponta que a situação em torno do novo aeroporto de Lisboa foi “a gota de água”, considerando que “por bem menos do que esta absoluta confusão institucional, o então Presidente da República, Jorge Sampaio, dissolveu a Assembleia da República na XIX legislatura”.

Os deputados do Chega defendem que, “com alguns episódios inéditos na vida política portuguesa, o país assiste de forma bem mais gravosa à deterioração da credibilidade do primeiro-ministro e do Governo” e criticam que “uma total ausência de estratégia para a direção do país e mais especificamente para o setor aeroportuário”.

O partido de extrema-direita aponta como “responsáveis principais pela situação do país e pelo caos governativo em curso” a ministra da Saúde, Marta Temido, e o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e salienta que “manter a confiança nestas pessoas é ditar o país ao insucesso e inevitavelmente entrar numa crise económica e social profunda”.

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O Chega acredita que ainda é tempo de mudança e de reverter este caminho, mas para que isso aconteça são necessárias mudanças e reformas, que este Governo não parece capaz de promover”, assinala o partido na moção de censura, defendendo que “uma maioria absoluta nunca pode ser um cheque em branco para que o partido no poder possa fazer tudo que entender, nomeadamente, lesar os portugueses e não governar com a dignidade que merecem”.