O PSD vai abster-se na moção de censura ao Governo apresentada pela Chega. A posição do partido, que era aguardada desde a semana passada, foi confirmada esta tarde numa nota enviada aos jornalistas, informando que a decisão foi tomada na reunião da Comissão Permanente do PSD.

Esta é, assim, uma posição assumida já pela direção de Luís Montenegro e que vai no mesmo sentido da Iniciativa Liberal, que esta tarde anunciou que optará também pela abstenção.

Esquerda vota contra

Já o PCP não vai alinhar na moção de censura. Apesar de reconhecer que há problemas urgentes no país que o Executivo não está a “querer” resolver, o partido recusa que a iniciativa — ou “manobra” — do Chega seja solução.

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Questionado pelo Observador, o partido argumenta que, embora a atual situação do país “exija soluções para resolver os problemas que afetam os trabalhadores e o povo”, e essas soluções não sejam adotadas pelo Governo de maioria absoluta do PS porque “não quer”, a moção de censura “não propõe soluções para esses problemas”.

“O Chega utiliza os problemas reais não com o objetivo de dar resposta aos trabalhadores e às populações, mas com projetos e políticas que só contribuem para os agravar”, garantem os comunistas.

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Assim, o PCP diz que “não contribuirá para essa manobra, por isso votará contra a moção de censura”. Isto continuando a “intervir e a exigir que o Governo concretize as soluções que são necessárias para enfrentar o aumento do custo de vida, valorizar os salários e as pensões, controlar e fixar preços de bens essenciais e para salvar o SNS.”

Os comunistas tinham, de resto, marcado uma interpelação ao Governo sobre o aumento do custo de vida e a perda do poder de compra para esta quarta-feira, que acabou por ser adiada para quinta-feira por causa do agendamento da moção de censura.

Também o Bloco de Esquerda confirmou que votará contra.