O presidente executivo da ANA, Thierry Ligonnière, acusou esta a SATA de não respeitar as faixas horárias (“slots”) que lhe foram atribuídas no aeroporto de Ponta Delgada, o que causa acumulação de passageiros em certos momentos do dia.

As declarações foram feitas durante uma audição na Assembleia da República, a pedido do PSD, para esclarecimentos sobre a operação nos aeroportos de Lisboa e do Porto.

Em resposta a questões do deputado Paulo Moniz, do PSD, sobre problemas no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, nos Açores, o responsável da gestora aeroportuária disse que “o desrespeito, pela SATA, pelos ‘slots’ que lhe foram entregues cria uma acumulação de passageiros, em certos momentos do dia”.

Os chamados “slots” são faixas horárias atribuídas às companhias aéreas em determinado aeroporto, para descolarem e aterrarem as aeronaves.

Questionado sobre os investimentos naquele aeroporto açoriano, Thierry Ligonnière lembrou que a SATA tem uma dívida acumulada com a ANA superior a 11 milhões de euros.

“Também era bom que a ANA tivesse, no aeroporto de Ponta Delgada, a remuneração pelos serviços que ela presta”, vincou o gestor.

Ainda assim, Ligonnière disse que estão a ser feitos desenvolvimentos de capacidade naquela infraestrutura, “para poder dar resposta às necessidades, sobretudo de portas de embarque”.

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Em 14 de junho foi anunciado que a SATA teve em 2021 um resultado antes de juros e impostos positivo e um resultado líquido negativo de -57,4 milhões de euros, uma melhoria de mais de 30 milhões face a 2020.

Em 7 de junho, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais.

As dificuldades financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores começou a registar prejuízos, agravados pelos efeitos da pandemia de covid-19, que teve um enorme impacto no setor da aviação.