Até ser mãe, Tatjana Maria estava longe de ser um dos nomes mais entusiasmantes do ténis internacional. Em dezembro de 2013, a tenista alemã teve Charlotte. E, em abril de 2021, nasceu Cecilia. E a carreira da atleta de 34 anos disparou: atingindo, esta semana, um pico que em Wimbledon a levou pela primeira vez às meias-finais de um Grand Slam.

Ao derrotar a também alemã Jule Niemeier nos quartos de final, esta terça-feira, Tatjana Maria entrou num lote restrito de apenas seis tenistas que chegaram às meias-finais de Wimbledon com 34 ou mais anos e juntou-se a Serena Williams enquanto uma de apenas duas mulheres que chegaram a esta fase do Grand Slam britânico depois de terem tido filhos. Maria, que atualmente está no 103.º lugar do ranking WTA, tinha como melhor registo de sempre uma terceira ronda de Wimbledon, em 2015 — agora, pode chegar à final.

O ponto de viragem na carreira da alemã foi precisamente a primeira gravidez. Depois de Charlotte nascer, Tatjana Maria aproveitou a licença de maternidade e reestruturou o jogo, as estratégias e as capacidades em conjunto com o marido e treinador, o antigo tenista francês Charles-Edouard Maria. Entrou pela primeira vez no top 50 do ranking, atingiu a tal terceira ronda de Wimbledon, voltou a ser mãe há 15 meses e agora, com uma bebé com pouco mais de um ano nos braços, está nas meias-finais de um Grand Slam.

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“É um sonho viver este momento com as minhas duas pequeninas. Há um ano, ou quase, tinha acabado de dar à luz. É de loucos. Cheguei ao top 50 com a Charlotte e agora estou de volta com a minha segunda filha. Ainda assim, todos tinham dúvidas. A minha vida é um pouco isso, mostrar a toda a gente que ainda estou cá e que sou uma lutadora, que vou continuar a sonhar. É o que quero mostrar às minhas filhas”, explicou a alemã depois da vitória perante Niemeier.

Charlotte, a filha mais velha, já quer seguir as pisadas da mãe — em Wimbledon, aliás, os dias de Tatjana Maria começam com o treino da menina de oito anos e só depois prosseguem com o seu próprio treino. “Para mim, é essa a parte mais importante da minha vida, ser mãe das minhas duas filhas. Nada vai mudar isso. Estou na meia-final de Wimbledon, é de loucos, mas continuo a ser mãe. Depois disto vou ver as minhas filhas e fazer as mesmas coisas que faço todos os dias. Vou mudar fraldas. Tento manter a normalidade tanto quanto possível, porque ser mãe é aquilo que me deixa mais orgulhosa”, acrescentou a tenista alemã.

Nas meias-finais, a adversária será a tunisina Ons Jabeur, número 2 do ranking e uma das principais candidatas à vitória final. Mais do que isso, a adversária será uma das melhores amigas de Tatjana Maria. “Adoro a Tatjana. A família dela é fantástica e ela é a minha companheira de churrascos. Vai ser difícil defrontá-la, é uma grande amiga. Fico feliz por ela, gostava de que as outras jogadoras olhassem para o exemplo dela”, disse a atleta de 27 anos.