Os deputados da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas manifestaram-se esta terça-feira favoráveis ao projeto-piloto de voto eletrónico para as comunidades portuguesas, mas com o PSD a sublinhar que “é preciso alterar a forma de votação”.

Um projeto-piloto que, segundo o presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Flávio Martins, arrancaria já nas próximas eleições para este órgão, no início do próximo ano.

Além do voto eletrónico, na reunião que decorreu na Assembleia da República entre os deputados da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e os representantes do CCP, foi também discutida a importância e a necessidade de melhoria dos serviços consulares e do ensino do português para os portugueses residentes no estrangeiro.

No que respeita ao voto eletrónico, o deputado do Partido Socialista, Paulo Pisco disse na reunião: “Estamos sensíveis ao projeto-piloto do voto eletrónico”.

O social-democrata António Maló de Abreu não foi contra o projeto-piloto do voto eletrónico, mas considerou que “há um conjunto de outros aspetos que são pilares da democracia portuguesa”, que devem ser pensados, para que não volte a acontecer o que sucedeu nas últimas eleições com os votos da emigração.

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“Provou-se que a forma de votação é péssima e temos de a alterar”, advogou.

Neste contexto, salientou que “há vontade” da parte do PSD para um consenso alargado com os outros partidos para “alterar a forma de votação”.

Já o deputado Rodrigo Saraiva, do Iniciativa Liberal, afirmou perante os conselheiros do CCP que o seu partido apoia “o desenvolvimento do projeto-piloto para o voto eletrónico”.

A deputada Paula Santos, do Partido Comunista Português, não fez referência ao voto eletrónico, preferindo apenas reforçar o que já tinha sido dito pelo CCP sobre a importância de se melhorar os serviços consulares e o ensino do português para as comunidades portuguesas.

A reunião anual do Conselho Permanente do CCP começou na segunda-feira em Lisboa, com a eleição dos cargos de direção na agenda e encontros com governantes e deputados, bem como representantes da diáspora.