O novo líder do PSD fez questão de se encontrar com a bancada do PSD nos 100 dias do Governo. À saída da reunião, disse que esse tempo “parecem 100 anos”, já que “nada mudou com a maioria absoluta”. Luís Montenegro diz que reina a “bagunça” dentro do Governo e que o episódio entre António Costa e Pedro Nuno Santos foi uma “bulha tão grande entre o núcleo político do Governo” que não pode ser esquecido. Reitera ainda que o PSD não abdicará dos debates quinzenais.

Nas mesmas declarações, Luís Montenegro confirma, como noticiou o Observador na quarta-feira, que vai exigir a António Costa que avance com a avaliação ambiental estratégica sobre o Novo Aeroporto. Embora não queira publicamente defender uma das três opções possíveis antes das conclusões desse estudo, o Observador sabe que a preferência da direção de Montenegro recai neste momento sobre a solução Portela+Montijo (o vice-presidente Miguel Pinto Luz e o futuro líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, até já admitiram publicamente a preferência por essa solução, já depois da comissão permanente em que o assunto foi discutido).

Para transmitir tudo isto ao Governo, revela, Montenegro está a “conciliar” a reunião com o primeiro-ministro, que acredita que acontecerá brevemente.

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Voltando aos 100 dias de Governo, Montenegro diz que este é um Governo de “continuidade” que “não é capaz de mudar estruturalmente o país nem de suster a rota de empobrecimento do país em que estamos mergulhados.”

Depois de, esta quinta-feira, o PS ter apresentado uma proposta para que os debates com o primeiro-ministro sejam mensais e o PSD ter proposto, na quarta-feira, que sejam quinzenais, Montengro diz que não abdica que a periodicidade seja de quinze em quinze dias. “Há um Governo de maioria deve ser escrutinado. Já há sinais do uso e abuso da maioria e por isso os instrumentos de fiscalização devem ser mais garantidos e um deles são os quinzenais”, afirma o líder do PSD.

Para os debates, Montenegro pede que não sejam um “show off” ou “teatro” e admite negociar com o PS, a quem pede uma “posição sensata”. Mas avisa: “O único ponto que não vamos transigir, é na natureza quinzenal dos debates.”