O Grupo Parlamentar do PCP vai interpelar esta quinta-feira o Governo na Assembleia da República sobre o aumento dos preços e a degradação das condições de vida e a necessidade na ótica do partido de valorizar salários e pensões.

“As questões fundamentais do debate prendem-se com os problemas que estão a ser sentidos todos os dias pelos portugueses”, disse à agência Lusa o deputado comunista Bruno Dias.

Por isso, agendou um debate de interpelação ao Governo debruçado naquilo que o partido considera ser a degradação diária das condições de vida dos portugueses, fruto do aumento dos preços de bens essenciais e combustíveis, conjugado com a estagnação de salários e pensões.

Há pouco mais de uma semana os seis deputados do PCP realizaram as primeiras jornadas do novo ciclo político. No momento de apresentação das soluções, o partido reeditou várias propostas que já tinha apresentado, mas que não passaram da discussão na generalidade.

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A maioria absoluta do PS tem inviabilizado as propostas que os comunistas consideram indispensáveis, mas o partido insiste nelas para contrariar a “situação de empobrecimento” da população.

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“Uma proposta que é justa deve continuar a ser defendida. Uma política diferente, que faz falta, deve continuar a ser afirmada”, sintetizou Bruno Dias.

A escassez de cereais, sintoma da guerra na Ucrânia, é outro dos problemas com os quais Portugal, assim como outros países, se vê a braços, mas para os comunistas há um caminho de resolução imediato: investir na produção nacional.

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“Um aspeto que tem vindo a tornar-se cada vez mais evidente é a necessidade de defendermos a nossa soberania a nossa produção nacional e combater a dependência externa (…). Devemos produzir cá para pararmos de importar”, referiu o deputado.

Agricultores, pescadores e pequenos empresários precisam “de condições de trabalho para a sua atividade que não estão a ser asseguradas pelo Governo“, que também tem de garantir uma maior capacidade de aprovisionamento daquilo que é produzido.

O debate estava inicialmente agendado para quarta-feira, mas a apresentação pelo Chega de uma moção de censura ao Governo – que acabou chumbada – adiou-o para esta quinta-feira.