A Câmara de Arruda dos Vinhos decidiu esta segunda-feira recusar a eventual localização da Estação de Tratamento e Valorização Orgânica da Valorsul em Arranhó, disse o seu presidente.

A proposta de recusa da Estação de Tratamento e Valorização Orgânica (ETVO) da Valorsul em Arranhó foi aprovada por unanimidade na reunião do executivo municipal, especificou André Rijo (PS).

Em 26 de junho, os mais de dois mil eleitores daquela freguesia do distrito de Lisboa foram chamados para uma consulta popular em que foram questionados se “concorda com a eventual instalação pela Valorsul da Estação de Tratamento e Valorização Orgânica (ETVO) na Zona Industrial de Reciclagem (ZIR) na freguesia de Arranhó”.

Participaram 829 eleitores e, desses, 765 votaram no “não” e 60 no “sim”. Registaram-se ainda três votos nulos e um branco.

Foi a democracia participativa a funcionar e vamos respeitar o parecer da Junta de Freguesia”, acrescentou o autarca, para o qual a posição “confere legitimidade política”.

O presidente da câmara esclareceu que a empresa que gere e trata os resíduos nos concelhos da região abordou há três meses o município sobre a eventual localização de uma ETVO em Arranhó, a par de outras localizações em Vila Franca de Xira e Loures, que está a equacionar.

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O município já promoveu visitas de autarcas locais à ETVO da Valorsul na Amadora.

Ainda sem qualquer projeto ou estudo prévio e avaliação de impacto ambiental, o autarca explicou que se trata de um investimento de 100 mil euros e que vai ser maior do que a da Amadora, que trata por ano 40 mil toneladas de resíduos.

Como a intenção é tratar 100 mil toneladas de resíduos a partir de 2026 e a ETVO da Amadora não pode ser ampliada por falta de espaço, a Valorsul pretende investir numa outra ETVO para recolher os resíduos da região Oeste sul.

Questionada pela Lusa, a Valorsul confirmou que a “nova instalação é imprescindível para o aumento futuro de quantidades a recolher”.

Contudo, “a infraestrutura a ser construída ainda se encontra em fase preliminar de estudo e não existem, a esta data, quaisquer projetos concluídos ou localizações decididas, estando a estudar os “cenários possíveis”.