O secretário-geral do PCP considerou esta terça-feira que o aumento extraordinário das pensões de reforma em dez euros não passa de uma “operação de propaganda do Governo” que não repõe o poder de compra dos reformados e pensionistas.

A operação de propaganda do Governo em torno do alcance social do aumento extraordinário de 10 euros, a que assistimos, é desmentida pela mera constatação do aumento do preço da bilha de gás em 10 euros. Ou seja, se recebessem, o dinheiro já tinha ido embora, porque, entretanto, aumentou o preço da bilha do gás”, disse Jerónimo de Sousa em em Setúbal.

“E é por isso que não se percebe esta alegria do Governo ao dizer que [os reformados e pensionistas] estão a ser correspondidos com aumentos das reformas e das pensões”, acrescentou o líder comunista, que falava perante dezenas de apoiantes num encontro com organizações de reformados e pensionistas do distrito de Setúbal.

Para Jerónimo de Sousa, o Governo está a aproveitar o aumento extraordinário de 10 euros que começa a ser pago este mês, com retroativos a janeiro, para levar a cabo a referida “operação de propaganda que se alarga com o anúncio para 2023 de um aumento das pensões que o Governo apresenta como histórico”.

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O líder comunista considerou ainda que os aumentos anunciados pelo Governo do PS servem apenas “para iludir a recusa em proceder a um aumento mínimo extraordinário de 20 euros das reformas e pensões” em 2022, conforme foi proposto pelo MURPI, Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos.

A par da preocupação com a perda de poder de compra dos pensionistas e reformados, Jerónimo de Sousa mostrou-se igualmente preocupado com a degradação dos serviços públicos, das funções sociais do Estado e, principalmente, com a degradação progressiva do SNS (Serviço Nacional da Saúde), mas garantiu que o PCP estará ao lado da luta dos reformados e pensionistas.

“Desenganem-se os que pensam que vai ser assim tão fácil, pois encontrarão pela frente a luta dos reformados e pensionistas, com o PCP a lutar ao seu lado. Temos um quadro político em que, além da maioria absoluta do PS, é marcado pela contínua promoção dos projetos de forças reacionárias — PSD, CDS, Chega e IL —, acentuando o ataque às funções sociais do Estado”, disse Jerónimo de Sousa.

Convicto de que o “país tem recursos, tem meios para responder aos défices estruturais e aos graves problemas sociais de décadas de política de direita”, Jerónimo de Sousa prometeu o empenho dos comunistas na luta por um novo rumo para o país e melhoria das condições de vida dos pensionistas e reformados.

O líder comunista garantiu ainda a determinação do PCP na luta pela “criação, a curto prazo, de, pelo menos, 80.000 vagas em estruturas residenciais de apoio ao idoso — correspondendo à criação de 20.000 vagas por ano — e no alargamento da rede de lares”.