Foi com uma diferença de poucos minutos que os dois acontecimentos se sucederam. Primeiro, um dos 11 candidatos a líder do Partido Conservador saiu da corrida. Segundo, Rishi Sunak, o primeiro ministro a demitir-se do Governo de Boris Johnson, abrindo a crise política, fez o seu primeiro discurso enquanto candidato à liderança dos Tories. Já o ministro dos Transportes não se limitou a abandonar a corrida: Grant Shapps passou a apoiar Rishi Sunak. 

“Muito obrigado à minha equipa por me ajudar a compor a minha candidatura em tão pouco tempo. Entre um campo de candidatos brilhantes, falei com Rishi Sunak, que acredito ter competência e experiência para liderar este país”, escreveu no Twitter o ministro que foi um dos poucos a não abandonar o cargo durante a crise que levou à demissão do primeiro-ministro.

Esta terça-feira também Dominic Raab, vice-primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou que apoia a candidatura do antigo ministro das Finanças. 

Na véspera de os conservadores começaram a votar no futuro líder do partido, começam também as conversas de bastidores e as trocas de apoios por lugares no próximo Governo. Antes do escrutínio dos militantes, os parlamentares irão reduzir o número de candidatos a dois através de várias rondas de votação que começam na quarta-feira.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sunak: “Não irei diabolizar Boris Johnson”

Durante o seu discurso, em Westminster, Rishi Sunak começou por elogiar Boris Johnson. O primeiro-ministro, disse o antigo chancelor do Exchequer, é “uma das pessoas mais notáveis ​​que já conheci”, tem “bom coração” e, embora possa ter falhas, “o resto de nós também tem”.

Sunak disse que muitas vezes discordou das opiniões do chefe do executivo britânico e acabou por abandonar o cargo porque “o governo já não estava a funcionar”. De resto, diz que não fará parte de nenhuma tentativa de “rescrever a história que procure diabolizar Boris, exagerar as suas falhas ou negar os seus esforços.”

Labour avança com moção de censura para afastar Boris Johnson o mais rapidamente possível do cargo

Esta terça-feira é o último dia para os potenciais líderes apresentarem a sua candidatura ao Comité 1922, os parlamentares conservadores a quem cabe organizar a sucessão. Na segunda-feira, o calendário foi anunciado e é já na quarta-feira que os candidatos vão a votos. A 5 de setembro, antes do fim das férias de verão dos parlamentares, será anunciado o nome do sucessor de Boris Johnson.

Priti Patel, ministra do Interior, coloca-se fora da corrida

Priti Patel, a ministra do Interior do Reino Unido, colocou-se esta terça-feira fora da corrida à liderança do Partido Conservador, apesar de reunir algum favoritismo por parte de alguns membros partidários.

“Agradeço o apoio que alguns colegas e membros me ofereceram nos últimos dias ao sugerir que eu devia entrar na corrida da liderança do Partido Conservador. Mas eu não me vou apresentar à eleição”, anunciou Priti Patel num comunicado citado pela Sky News, acrescentando que prefere “focar-se” no seu trabalho enquanto ministra.

Priti Patel não revelou que candidato vai apoiar nas eleições internas do Partido Conservador.

Artigo atualizado às 14h13