Foi com uma diferença de poucos minutos que os dois acontecimentos se sucederam. Primeiro, um dos 11 candidatos a líder do Partido Conservador saiu da corrida. Segundo, Rishi Sunak, o primeiro ministro a demitir-se do Governo de Boris Johnson, abrindo a crise política, fez o seu primeiro discurso enquanto candidato à liderança dos Tories. Já o ministro dos Transportes não se limitou a abandonar a corrida: Grant Shapps passou a apoiar Rishi Sunak.
“Muito obrigado à minha equipa por me ajudar a compor a minha candidatura em tão pouco tempo. Entre um campo de candidatos brilhantes, falei com Rishi Sunak, que acredito ter competência e experiência para liderar este país”, escreveu no Twitter o ministro que foi um dos poucos a não abandonar o cargo durante a crise que levou à demissão do primeiro-ministro.
Huge thanks to my team for helping to pull together my leadership bid in literally no time! Amongst a field of brilliant candidates I've spoken to @RishiSunak who I believe has the competence and experience to lead this country.
— Rt Hon Grant Shapps MP (@grantshapps) July 12, 2022
Esta terça-feira também Dominic Raab, vice-primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou que apoia a candidatura do antigo ministro das Finanças.
Na véspera de os conservadores começaram a votar no futuro líder do partido, começam também as conversas de bastidores e as trocas de apoios por lugares no próximo Governo. Antes do escrutínio dos militantes, os parlamentares irão reduzir o número de candidatos a dois através de várias rondas de votação que começam na quarta-feira.
Sunak: “Não irei diabolizar Boris Johnson”
Durante o seu discurso, em Westminster, Rishi Sunak começou por elogiar Boris Johnson. O primeiro-ministro, disse o antigo chancelor do Exchequer, é “uma das pessoas mais notáveis que já conheci”, tem “bom coração” e, embora possa ter falhas, “o resto de nós também tem”.
Sunak disse que muitas vezes discordou das opiniões do chefe do executivo britânico e acabou por abandonar o cargo porque “o governo já não estava a funcionar”. De resto, diz que não fará parte de nenhuma tentativa de “rescrever a história que procure diabolizar Boris, exagerar as suas falhas ou negar os seus esforços.”
Labour avança com moção de censura para afastar Boris Johnson o mais rapidamente possível do cargo
Esta terça-feira é o último dia para os potenciais líderes apresentarem a sua candidatura ao Comité 1922, os parlamentares conservadores a quem cabe organizar a sucessão. Na segunda-feira, o calendário foi anunciado e é já na quarta-feira que os candidatos vão a votos. A 5 de setembro, antes do fim das férias de verão dos parlamentares, será anunciado o nome do sucessor de Boris Johnson.
Priti Patel, ministra do Interior, coloca-se fora da corrida
Priti Patel, a ministra do Interior do Reino Unido, colocou-se esta terça-feira fora da corrida à liderança do Partido Conservador, apesar de reunir algum favoritismo por parte de alguns membros partidários.
“Agradeço o apoio que alguns colegas e membros me ofereceram nos últimos dias ao sugerir que eu devia entrar na corrida da liderança do Partido Conservador. Mas eu não me vou apresentar à eleição”, anunciou Priti Patel num comunicado citado pela Sky News, acrescentando que prefere “focar-se” no seu trabalho enquanto ministra.
Priti Patel não revelou que candidato vai apoiar nas eleições internas do Partido Conservador.
Artigo atualizado às 14h13